Andaluzia transferiu vacinação da gripe para as igrejas
O governo autónomo da Andaluzia decidiu retirar dos centros de saúde a campanha de vacinação contra a gripe, deslocalizando-a para as igrejas, irmandades, centros cívicos e pavilhões desportivos.
O objetivo desta medida visa diminuir as filas de espera e evitar a aglomeração de pessoas nos centros de saúde, por forma a diminuir os riscos de contágio de covid-19.
Na região da Andaluzia há mais de 1600 pontos de vacinação, sendo que estão disponíveis mais de 2,3 milhões de doses da vacina, pelo que esta medida está a ser bastante elogiada pela comunidade, mas também pelos próprios profissionais de saúde. "O posto de saúde é muito pequeno, mas aqui o balcão é enorme e tem sido um sucesso. As pessoas não se acumulam, é um espaço grande e damos a vacina com hora marcada, porque senão seria um motim", afirmou ao jornal El País a enfermeira Rosa Llévana, que tem trabalhado nesta campanha de vacinação no bairro sevilhano de Los Remédios.
Na prática, as pessoas têm hora marcada para serem vacinadas e têm a possibilidade guardar uma distância de segurança efetiva durante todo o processo, uma vez que as instalações são bastante espaçosas, ao contrário de nos centros de saúde, onde, por causa da pandemia, só se podem marcar consultas com o médico de família para dentro de um mês.
O caos está mesmo instalado, uma vez que os centros de saúde da Andaluzia debatem-se com falta de médicos e enfermeiros, uma vez que a maioria foi deslocada para os casos de covid-19. Aliás, cerca de cinco mil profissionais de saúde dedicam-se ao rastreamento de contactos e casos positivos do novo coronavírus.
Contudo, há também falta de pessoal administrativo nos centros de saúde, pois os funcionários atuais não dão para tantas solicitações, sendo que, em muitos centros, os telefones tocam e não há ninguém para atendê-los.
O problema é semelhante ao serviço telefónico Saúde Responde [o equivalente à Saúde 24 em Portugal], que está autenticamente bloqueado por tantas chamadas, o que tem levado muitos doentes para os centros de saúde, ajudando ainda mais à sobrelotação dos serviços. As queixas para o Ministério da Saúde de Espanha têm sido muitas, mas até ao momento a situação complicada mantém-se na Andaluzia.