Ana Bola em monólogo com muito humor

Há muito que a atriz queria arriscar fazer um monólogo. Escreveu-o e vai a partir de hoje interpretá-lo no Teatro São Luiz, em Lisboa. Será uma crítica à situação que muitos atores têm de enfrentar atualmente, mas "feita de uma forma divertida".
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É a própria quem admite que apesar de ser uma crítica, não deixa de ser "apenas" um monólogo que recriará várias situações levadas ao exagero para divertir quem assiste. Porém, Ana Bola ressalva que, não apontando o dedo a ninguém, não será difícil perceber a quem se dirige. A atriz disse mesmo que não tem problema em "falar sem qualquer tipo de medo".

"Há muito que pensava que tinha idade e experiência para fazer um monólogo, mas faltava-me um tema", realçou. A inspiração surgiu com a realidade televisiva sem programas de humor, depois de muitos anos em que chegavam a ser transmitidos em horário nobre. "Não somos nós [atores] que não queremos, as televisões é que não estão interessadas."

A história começa quando a atriz é confrontada por uma produtora de televisão para fazer castings, iniciando-se várias peripécias. Não há uma personagem, é mesmo Ana Bola que viverá todas as aventuras e a atriz diz que alguns momentos retratam a sua própria vida. Espera que as pessoas se revejam nas situações que preparou, mostrando-se orgulhosa por ter sido a autora do texto e por se estrear na co-produção.

Perante a falta de programas de comédia na televisão, Ana Bola disse que esse espaço é encontrado no teatro e também no cinema. Não concorda com a desculpa de não haver dinheiro para fazer os programas e dá o exemplo de comediantes como Herman José e Maria Rueff que estão em projetos tão diferentes da especialidade que os celebrizou. "A Maria Rueff está numa telenovela. Não tem perspetivas de fazer comédia. Como é que se desperdiça um talento desses em comédia?", questionou.

"Ana Bola Sem Filtro" estreia hoje no Teatro São Luiz, em Lisboa, e ficará em cena até dia 19. Regressa depois de 28 de outubro a 1 de novembro (quarta a sábado às 21.00, domingo às 17.30).

Encenada por António Pires, a peça contará com as vozes off de Alexandra Rosa, Júlio Isidro, Manuel Marques.

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