Amanhã há Nobel da Literatura. Será que a Academia Sueca vai ser justa?
Desde o dia 5 de maio que os cinco candidatos finalistas ao Nobel da Literatura estão escolhidos. E desde há um mês, 6 de setembro, que as obras estarão lidas e a escolha acertada, podendo assim ser anunciada às 12.00 desta quinta-feira. O nome do escritor é desconhecido fora da Academia Sueca, mas é impossível fugir aos prognósticos sobre o hipotético galardoado de 2020.
Pode dizer-se que uma das mais fortes hipóteses é de a seleção recair sobre uma escritora.
Também é - ou deveria ser - previsível que autores da Europa Central serão postos de parte em nome de outras literaturas, afinal do mundo das letras não fazem parte apenas escritores deste continente.
A grande pergunta é qual será o escritor que estará presente na cerimónia de entrega dos diplomas Nobel, de uma medalha e do respetivo cheque, no próximo dia 10 de dezembro?
Maryse Condé, Lyudmila Ulitskaya, Anne Carson e Margaret Atwood fazem parte de um promissor quarteto feminino.
Carson é uma poeta e ensaísta canadiana que recebeu em 1984, com o seu primeiro livro de poesia, um dos muitos prémios literários da sua carreira.
Atwood é outra autora canadiana, poeta, ensaísta e bem-sucedida romancista. Conta com mais de cinquenta títulos na sua bibliografia, vários prémios internacionais e, atualmente, tem a adaptação televisiva de A História de Uma Serva (The Handmaid's Tale) a correr mundo.
Se os escritores tiverem hipótese de disputar o escrutínio, existem alguns nomes com mais hipóteses de chegar à "final": o queniano Ngugi Wa Thiong'o, o espanhol Javier Marias e... o japonês Haruki Murakami.
Entre os autores que podem surpreender nesta edição do Nobel da Literatura está a autora Jamaica Kincaid, de origem caribenha-americana, e o poeta húngaro Peter Nadas. Ou a inglesa Hilary Mantel, autora de uma impressionante biografia de Thomas Cromwell e da sua época.
Uma coisa é certa, o escolhido terá de recolher pelo menos um voto a mais do que a metade das indicações do júri. E se Milan Kundera fosse esse nome, o Nobel seria muito bem entregue.