Al-Sissi promete acabar com Irmandade Muçulmana

Abdel Fattah al-Sissi, o ex-chefe militar que derrubou o Presidente egípcio Mohamed Morsi, garantiu hoje que o Egito deixará de ter Irmandade Muçulmana se ele for eleito no final de maio para a chefia do Estado.
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O marechal Al-Sissi é dado como superfavorito nas eleições presidenciais, previstas para 26 e 27 de maio. O Governo interino que instalou depois da destituição do 'irmão muçulmano' Morsi, em 3 de julho, tem desenvolvido uma intensa e sangrenta repressão com os apoiantes do Presidente derrubado e interditou os Irmãos Muçulmanos, que foram classificados como "organização terrorista".

Em entrevista a dois canais televisivos privados, Al-Sissi adiantou que, se fosse eleito, as Forças Armadas não interviriam na governação do país. "As Forças Armadas não vão qualquer papel na governação do Egito", disse, na que foi a sua primeira entrevista desde que anunciou a sua candidatura presidencial em março.

O único rival que Al-Sissi vai enfrentar é Hamdeen Sabbahi, um candidato proveniente da esquerda. Com exceção de Morsi, que foi o primeiro Presidente egípcio eleito, todos os anteriores chefes de Estado eram militares, incluindo Hosni Mubarak, que foi derrubado no início de 2011, após um levantamento popular que durou 18 dias. Al-Sissi derrubou Morsi em 03 de julho depois de milhões de egípcios se terem manifestado nas ruas contra o seu governo sectário.

O derrube de Morsi e a subsequente repressão dos seus apoiantes e do seu movimento islamita Irmandade Muçulmana tem polarizado o país. Mais de 1400 pessoas foram mortas na repressão desde julho e cerca de 15 mil detidas. Morsi e a maior parte da direção política da Irmandade Muçulmana têm estado a ser julgados.

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