"É uma reunião de trabalho para falar sobre a situação global do sistema financeiro português, os processos de recapitalização das instituições bancárias e para falar também sobre todos estes projetos de regulação e supervisão bancária em que a banca portuguesa colabora muito ativamente", disse o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Faria de Oliveira, à agência Lusa..O comissário europeu do Mercado Interno, Michel Barnier, vai reunir-se na quinta-feira à tarde com Faria de Oliveira (Associação Portuguesa Bancos), José de Matos (Caixa Geral de Depósitos), Ricardo Salgado (Banco Espírito Santo), Fernando Ulrich (BPI) e Nuno Amado (Millennium BCP), de acordo com a agenda da Comissão Europeia..Fonte comunitária indicou, por sua vez, à Lusa que se trata de uma reunião "rotineira" e "normal", apontando que o comissário Barnier todas as semanas recebe banqueiros dos mais diversos Estados-membros, e acrescentou que em cima da mesa deverão estar os mais diversos assuntos no domínio financeiro e não um "dossier" específico..Já Faria de Oliveira foi mais específico e referiu que, além das questões acima referidas, os banqueiros irão falar com o comissário europeu sobre a união bancária e sobre os diplomas que estão a ser preparados no âmbito da Autoridade Bancária Europeia (APB), nomeadamente o 'single rule book', um "manual de regras comuns para todo o sistema bancário europeu".."É uma reunião que tem muita importância na medida em que os grandes projetos comunitários sobre a regulação bancária vão ser aprovados este ano", considerou o também presidente não executivo da Caixa Geral de Depósitos..Sobre se também estarão em cima da mesa os planos de reestruturação que os bancos que receberam dinheiro público estão a negociar com Bruxelas, o presidente da APB referiu apenas que esta matéria "é mais com a Direção Geral da Concorrência"..A visita ocorre numa altura em que as autoridades portuguesas discutem com a Comissão Europeia - mas ao nível da Concorrência - o plano de reestruturação dos bancos que beneficiaram de ajudas estatais, designadamente CGD, BCP, BPI e Banif..Em 2012, o Estado injetou 4.500 milhões de euros no BCP e no BPI para os recapitalizar, e, já este ano, 1.100 milhões no Banif, no qual ficará como acionista maioritário, pelo menos, até junho. O Estado investiu ainda 1.650 milhões de euros na CGD, neste caso enquanto seu único acionista..Somando os valores que o Estado já decidiu injetar no Banif, BCP e BPI, no total, ao abrigo da linha da 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), já foram gastos 5.600 milhões de euros no sistema financeiro português, a que se soma o valor investido na CGD.