"Foi uma pena que nós considerámos excessiva e que foi uma desagradável surpresa", disse aos jornalistas o advogado de Mário Machado no final da leitura da sentença..José Manuel de Castro disse que vai, por isso, recorrer.."Consideramos que os factos que foram imputados e dados como provados mereceram uma sanção penal desproporcionada e também consideramos que talvez tenha sido demasiado valorado o depoimento das testemunhas, sendo que eram pessoas que também podiam temer a justiça", justificou o advogado..O advogado de Rui Dias, condenado a nove anos de prisão efectiva, adiantou aos jornalistas que vai primeiro "analisar em concreto o acórdão para ver se as penas estão ajustadas ou não", referindo-se também a Nuno Cerejeira, condenado a dois anos de prisão com pena suspensa.."Num determinado contexto, atendendo àquilo que foi a investigação, não sendo esta a fase concreta para tecer a nossa discordância com este acórdão, considero que seja ligeiramente acima daquilo de que estávamos à espera", defendeu Ricardo Serrano Vieira..Sobre um possível recurso, acrescentou que vai primeiro falar com Rui Dias, "certo que é acima daquilo que ele próprio contava".."Certamente iremos recorrer em tempo próprio", assegurou..Também Alzira Coutinho, advogada do arguido Bruno Ramos, entendeu que as penas aplicadas foram "extremamente pesadas", contando que a medida das penas "pudesse oscilar entre os cinco e os sete anos".."Estou satisfeita porque relativamente ao Bruno Ramos foi absolvido e quanto a isso penso que se fez uma boa justiça", defendeu..Opinião partilhada pelo advogado Jorge Mendes, que representava João Dourado, condenado a dez meses de pena de prisão suspensa, e Nuno Themudo da Silva, que foi absolvido.."Foi feita justiça. O meu cliente foi absolvido e naturalmente estou satisfeito", disse aos jornalistas..Mário Machado e outros sete arguidos conheceram hoje, no Tribunal de Loures, o acórdão do julgamento em que estavam acusados de diversos crimes. Cinco deles foram condenados por coação, roubo, sequestro e posse ilegal de arma e todos os arguidos foram absolvidos do crime de associação criminosa..O julgamento iniciou-se a 25 de Março. Segundo a acusação, Mário Machado era o alegado líder do grupo que atraía vítimas para locais pré-estabelecidos, com o pretexto de lhes vender droga. As vítimas eram agredidas e depois roubavam-lhes o dinheiro e os automóveis.