Escutas, covid e penáltis. Varandas ataca rivais na receção na Câmara
As primeiras palavras do presidente do Sporting, que dezanove anos depois voltou aos Paços do Concelho, foram para os dois grandes rivais, FC Porto e Benfica." Obrigado. Sem eles não teríamos chegado até aqui. Seria injustiça confundir instituições com pessoas que representam essas instituições. Uns não venceram porque foram o único clube do mundo a ter covid-19, outros porque tiveram 16 penáltis. Mas todos sabem que Sporitng ganhou por ter sido mais competente", disse Frederico Varandas, num discurso bélico em toda a linha.
E mandou um recado especial a Pinto da Costa, que se referiu aos festejos do título leonino como "degradante". "Li e ouvi que tinha sido um espetáculo degradante, mas não concordo. Houve excessos, sim, devido também à dimensão do clube. Degradante? Degradante para mim é estar em escutas, ouvir a voz em escutas ano após ano. Para mim é degradante", disse o líder leonino.
Depois lembrou que este é um campeão low cost: "Partimos com 50% do investimento de um rival, com 5% de outro. Mas conseguimos, graças a estes jogadores e equipa técnica. Sempre disse que não poderíamos vencer através do dinheiro e força, mas com inteligência. Teve de ser com inteligência e com muita resilência. Sem ceder ao populismo e ruído do exterior."
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Confessando que não gosta de individualizar, o líder leonino destacou o treinador Rúben Amorim, que "é português", "tem uma qualidade", emana uma "energia positiva" e uma "lufada de ar fresco no nosso futebol".
Depois destacou o enorme "respeito" que tem pelo capitão Coates e deixou uma palavra ao diretor desportivo: "Hugo Viana foi um pilar. Sem ele não teríamos conseguido. Humilde, discreto, competente, calmo.. Sempre dando palavra certa, no momento certo, a jovens jogadores. A última vez ele também aqui estava enquanto jogador. Tenho de agradecer a este grupo, são vocês os heróis deste campeonato. Mérito é vosso e só vosso."
"Este é um momento histórico que Sporting não pode desperdiçar oportunidade de mudar paradigma do futebol português. Não posso prometer que seremos campeões para o ano, mas se o Sporting tiver cabeça, juízo, união e competência, Sporting tem tudo para, em 2, 3 anos, estar no topo do futebol português. Será mais forte financeiramente e com cada vez mais títulos", garatiu Varandas, pedindo que cada leão leve um novo leão para o cube.
O presidente leonino abriu ainda as portas a uma reconciliação com as claques. "O Sporting vai precisar de reforços: precisamos de cavalaria, artilharia, força aérea, marinha e de todos os leões. Do sócio anónimo do núcleo de Memba, do sócio anónimo do Diretivo XXI, do Grupo Stromp, do núcleo de Vendas Novas, da Torcida Verde, do núcleo de Sydney, da Juventude Leonina, do núcleo do Seixal. Todos, só existem, porque existe o Sporting. Missão de todos eles é servir o Sporting e não o contrário. E este último ponto o Sporting nunca mais vai abdicar."
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Esta quinta-feira, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, recebeu os novos campeões nacionais de futebol numa cerimónia limitada e minimalista por causa da pandemia. Depois dos festejos exacerbados, e com alguns desacatos, após a conquista do título, na semana passada, o município decidiu-se uma por homenagem sem adeptos, mas com cerca de 300 convidados.
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Medina deu os parabéns ao "alfacinha de gema" Rúben Amorim, mas causou bruah entre os convidados quando elogiou todos os clubes da capital por onde passou... incluindo o Benfica. "Palavra especial para o treinador, uma das grandes figuras desta conquista, o Rúben Amorim. Um alfacinha de gema, cuja carreira de jogador e treinador, com ligeiro desvio pelo Minho, é um hino aos clubes de Lisboa, Casa Pia, Belenenses, Benfica e Sporting", referiu o edil lisboeta, depois de parabenizar "campeão nacional de futebol com inteira justiça" e sem esquecer as recentes conquistas europeias dos leões, no futsal e no hóquei em patins.
Antes da homenagem, o presidente da Mesa da Assembleia Geral do clube, "Frederico Varandas tem todas as condições para se recandidatar". Segundo Rogério Alves, o que esta direção conseguiu "foi extraordinário", recorrendo à velha máxima da união faz a força: "A nossa força é esmagadora e muito grande."