600 histórias de homens e mulheres que o mundo venceu, esqueceu ou escondeu
José Eduardo Martins já leu o livro em três línguas e o efeito foi sempre o mesmo. "Saio sempre emocionado da mesma maneira". "Espelhos" de Eduardo Hughes Galeano "é a sua maior obra", garante o antigo deputado social-democrata.
"É um livro de enorme e conseguida ambição: contar a história humana com os olhos dos homens e mulheres que o mundo venceu, esqueceu ou escondeu. São quase 600 histórias breves que proporcionam ao leitor "viajar através de todos os mapas e de todos os tempos, sem limites, sem fronteiras"".
José Eduardo Martins recorda que Galeano, nascido num berço de ouro na Montevidéu dos anos 40, fez da sua obra a mais bela voz em defesa dos invisíveis, dos desapossados, dos que a vida maltratou. "Na década de 60 fez uma longa viagem pela miséria da América latina da qual só fisicamente regressou. Conhecer de perto o brutal sofrimento das pessoas levou-o a fazer da sua obra um compromisso com os vencidos".
Estão lá todos, diz o advogado, os índios, os negros, os escravos, os rebeldes, os profetas, os hereges, os homossexuais, os torturados, as mulheres. E sempre que está de regresso à obra procura a "renovada ambição" de não se alhear "da justiça e da decência".
Mesmo em férias, ou por maioria de razão nos dias em que há tempo para refletir, José Eduardo Martins só encontra bons pretextos para ler um autor diz não ter vivido "uma vida de impostor como os aldrabões que temos de aturar".
"Há dias em que até um pequeno módico de decência parece utopia. Mas como dizia Galeano : eu dou um passo e a utopia dá outro. Nunca a alcanço. Então para que serve ? Para continuar a andar".
Espelhos
Eduardo Galeano
520 Páginas
Editora Antígona
PVP 18 euros