Recuperados ultrapassam os 20 mil. Mas regista-se o maior número de casos de covid-19 desde 8 de maio
Em Portugal, nas últimas 24 horas, morreram mais 11 pessoas e foram confirmados mais 366 casos de covid-19 (um crescimento de 1,1% em relação ao dia anterior). É o maior número de casos diários desde o dia oito de maio, quando foram contabilizadas mais 553 infeções. Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), desta quarta-feira (3 de junho), no total, desde que a pandemia começou registaram-se 33 261 infetados, 20 079 recuperados (mais 210) e 1 447 vítimas mortais no país.
Ou seja, há, neste momento, 11 735 doentes portugueses ativos (valor encontrado quando se subtrai o número de curados e mortes ao total nacional).
91,5% dos novos casos dizem respeito à região de Lisboa e Vale do Tejo. Apenas 31 dos 366 infetados não residem nesta zona e estão distribuídos pelo Norte (mais 15 infeções), pelo Centro (12) e pelo Sul (quatro).
Dos 11 óbitos apresentados no boletim da DGS, quase todos (dez) tinham local de residência na região de Lisboa e Vale do Tejo e um no Norte.
A taxa de letalidade global do país é hoje de 4,4%, aumentando para 17,2% no caso das pessoas acima dos 70 anos - as principais vítimas mortais. Dos 1 447 óbitos totais, 49,2% são homens e 50,8% mulheres.
Esta quarta-feira, estão internados 428 doentes (menos quatro que ontem), sendo que destes 56 encontram-se nos cuidados intensivos (menos dois), o que, segundo o secretário de estado da saúde, confirma uma "trajetória decrescente" deste indicador.
O boletim da DGS indica ainda que aguardam resultados laboratoriais 1944 pessoas e estão em vigilância pelas autoridades de saúde mais de 28 mil. O sintoma mais comum entre os infetados é a tosse (que afeta 39% dos doentes), seguida da febre (29%) e de dores musculares (21%).
Desde o primeiro dia do mês de março, quando foram confirmados os primeiros casos de covid-19 em Portugal, realizaram-se mais de 860 mil teste de despiste da doença, atualizou, esta quarta-feira, o secretário de estado da Saúde, António Lacerda Sales, durante a conferência de imprensa diária. "No mês de abril foi feita uma média de 11 500 testes por dia. Em maio a média foi de 13 550 testes por dia e na última semana a média ronda os 13 500 testes por dia", especificou o governante, que afirmou ainda que Portugal "é o sétimo país da Europa que mais testa".
O Norte é a região do país onde foram realizados mais exames de despiste da doença (40%), seguida por Lisboa e Vale do Tejo (25%) e pelo Centro (14%). As restantes análises distribuem-se pelas restantes regiões e pelos dois arquipélagos.
O secretário de estado da Saúde relembrou ainda que está em curso uma campanha de testes em empresas na região da Grande Lisboa, no âmbito da estratégia de acompanhamento da situação epidemiológica da Área Metropolitana de Lisboa (AML). Desde sábado e até terça-feira, foram recolhidas mais de 3800 amostras, a maioria no concelho da Azambuja, onde foram encontrados surtos na plataforma logística. O maior diz respeito à empresa Sonae, onde estão identificados pelo menos 175 trabalhadores com covid.
Apesar de oficialmente não fazer parte da AML, a decisão de incluir a Azambuja no processo de testagem dos municípios da AML justifica-se com este focos e por ser uma zona onde há 230 empresas que empregam 8 500 pessoas, explicou antes o gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, também envolvido neste processo.
Já sobre o testes serológicos (que avaliam o nível de anticorpos), o secretário de estado avançou que não haverá resultados do inquérito de imunidade nacional nos próximos dois meses. Este estudo, coordenado pelo Instituto Nacional De Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), está em fase de recolha de amostras, que terão depois de ser analisadas e processadas.
António Lacerda Sales esclareceu ainda que os ventiladores adquiridos pelo Estado na China, em março, que sofreram um atraso na entrega, continuam a chegar. Esta quarta-feira, deverão ser recebidos mais 108 aparelhos de ventilação e é esperado que até ao dia seis de junho, este sábado, cheguem mais 335.
"Estes 443 ventiladores que se encontravam na embaixada da República Portuguesa em Pequim juntam-se assim aos 264 que já estão em território nacional, num total de 707 equipamentos, ou seja, 61% total das compras efetuadas", afirmou o secretário de Estado da Saúde. No total, o Governo comprou 1151 ventiladores, duplicando a capacidade existente antes da pandemia, segundo António Lacerda Sales.
"Não só não temos ventiladores perdidos como também não perdemos o rumo da nossa estratégia de combate a esta pandemia. [Tomámos] as melhores decisões de acordo com a evidência científica disponível", acrescentou, em linha com um comunicado enviado pelo ministério às redações minutos depois. "Como é sobejamente conhecido, o súbito e simultâneo aumento da procura global por equipamentos médicos, provocou o alargamento dos prazos de entrega dos ventiladores adquiridos, obrigando a ACSS [Administração Central do Sistema de Saúde] a um acompanhamento atento de todo o processo logístico tendo em vista a sua entrega", pode ler-se na nota da tutela.
O novo coronavírus já infetou mais de 6,4 milhões de pessoas no mundo inteiro, até esta quarta-feira às 09:50, segundo dados oficiais. Há agora três milhões de recuperados e 382 811 mortes a registar.
Os Estados Unidos da América são o país com a maior concentração de casos (1 881 205) e de mortes (108 059). Em termos de número de infetados, seguem-se o Brasil (558 237) e a Rússia (432 277). Portugal surge em 29.º lugar nesta tabela.
Quanto aos óbitos, depois dos Estados Unidos, o Reino Unido é a nação com mais mortes declaradas (39 369). Seguem-se Itália (33 530) - que reabre hoje a circulação interna e as fronteiras com o espaço Schengen - e o Brasil (31 309).