11.09.2001 Onde estava?
O DIA EM QUE MARCELO NÃO NADOU
Vinha de exames em Lisboa, para nadar. Pela hora do almoço, soube do que, inicialmente, foi apresentado como dois choques de aviões comerciais contra as Torres Gémeas. Desviou para casa e assistiu, colado ao televisor e ao telefone, ao resto desse dia dramático. Dia que mudou, na verdade, a sua vida, porque estava há um ano a comentar na televisão temas políticos, económicos, sociais e culturais, nacionais e internacionais. «No imediato, fui chamado a estudar o dossiê nine eleven, como era conhecido, até porque dominaria o comentário durante meses - depois incidindo na reação de norte-americanos e aliados.» Isso alterou a lógica tradicional do comentário político, essencialmente interno.
Também esse ano letivo foi muito dominado pelos tópicos relacionados com o 11 de Setembro. «É difícil resumir todos os efeitos daquela data e dessa tragédia. Eis alguns: alterou, de imediato, os esquemas de segurança em vigor, obrigou a rever mecanismos de prevenção e mesmo de reação que se haviam revelado totalmente ineficientes, abriu para um novo ciclo na atitude norte-americana quanto ao terrorismo e, depois, quanto a certas áreas do Médio Oriente.» E deixou antever o termo do universo unipolar nascido do fim do século xx, uma radical alteração na definição e na atuação dos terrorismos internacionais e uma nova correlação de forças mundiais. «Claro que não se deveu apenas ao 11 de Setembro de 2001, mas à realidade nova que nele se projetou. E essa projeção tornaria mais óbvia a mudança ocorrida e aceleraria as respostas perante ela.»
Leia os restantes testemunhos na Notícias Magazine.