"Vou infetar-vos a todos". Espanhol foi preso após infetar 22 pessoas
A polícia nacional espanhola prendeu um homem de 40 anos, acusado de ter infetado 22 pessoas com covid-19 de forma intencional e depois de ignorar as recomendações de saúde para ficar em casa.
Acusado de ser responsável pelo surto detetado há algumas semanas na cidade maiorquina de Manacor, o homem foi ouvido por um juiz e libertado com termo de identidade e residência. Cabe agora às autoridades judiciárias determinar se há responsabilidade criminal ou se a atitude do cidadão em causa não merece acusação criminal.
Apesar de apresentar sintomas claros da doença, como tosse e febre alta (40 graus), continuou a ir trabalhar e ao ginásio. Segundo algumas testemunhos, o homem baixava a máscara, tossia e gritava para os colegas: "Vou infetar-vos a todos com o coronavírus".
O acusado foi detido na sexta-feira e levado à justiça, enfrentando acusações por crime de lesão (equivalente a atentado à integridade física), apesar de nenhuma das pessoas infetadas ter desenvolvido sintomas graves da doença.
Segundo a investigação policial, o homem foi infetado e escondeu a doença, continuando a frequentar a empresa onde trabalha, uma loja de produtos alimentares, enquanto aguardava o resultado do teste de PCR e apesar de já apresentar sintomas claros da doença.
Os colegas de trabalho e o gerente do estabelecimento mandaram-no ir para casa e ficar em confinamento até que fossem conhecidos os resultados dos exames. No entanto, de acordo com os depoimentos obtidos pela investigação, voltou ao trabalho com 40 graus de febre. Quando o resultado do PCR (positivo) foi conhecido, os colegas ficaram alarmados e, seguindo o protocolo, todos os trabalhadores foram testados.
Cinco testaram positivo e já haviam infetado familiares, incluindo um bebé de um ano de idade. No ginásio que frequentava houve três casos positivos. No total, a polícia a atribuiu-lhe o contágio direto de oito pessoas e indireto de mais 14, incluindo três menores.
Esta é a primeira detenção desta natureza registada em Maiorca, onde se registaram numerosas detenções e até prisão temporária por omissão das obrigações do Estado de Alarme, especialmente durante os duros meses de confinamento obrigatório.