'Libération' admite revelar resultados com urnas abertas

Aumento das redes sociais e a publicação de projeções antes do fecho das urnas por parte de meios de comunicação de países vizinhos está a fazer quebrar a regra do embargo.
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O jornal Libération admite, à semelhança de alguns media estrangeiros, publicar online resultados das eleições presidenciais de domingo em França antes da hora permitida pela lei eleitoral francesa.

A lei eleitoral francesa proíbe a divulgação destas projeções antes das 20.00 locais, hora a que encerram as últimas mesas de voto, para que as decisões dos últimos eleitores não sejam influenciadas. Mas os média estrangeiros -- suíços e belgas, nomeadamente -- consideram que, sendo francesa, a lei não se lhes aplica e deverão, por isso, anunciar números antes das 19.00 (hora local).

O cenário de antecipação das projeções já se verificou nas eleições de 2007, mas este ano deverá ser mais expressivo, devido ao desenvolvimento da Internet e, sobretudo, das redes sociais. A agência France Press estima que existam em França 23 milhões de contas no Facebook e 3 milhões de contas no Twitter.

Contactados pela France Press, diversos meios de comunicação franceses - como os canais de televisão TF1, France2 e France3, a rádio France Inter e os sites nos jornais Le Monde, Le Figaro, e Le Point - afirmaram que vão respeitar a regra do embargo, mas disseram que podem rever a sua posição, caso a regra seja quebrada por um meio concorrente.

Apenas o jornal diário Libération, conotado com a esquerda, afirmou "reservar-se o direito" de publicar no seu site as estimativas dos resultados a partir das 18.30 (17.30 em Lisboa), "se a diferença for clara e as fontes fiáveis".

No domingo os franceses votam na primeira volta das eleições presidenciais. De acordo com as sondagens, a segunda volta, a 6 de maio, deverá ser disputada por Nicolas Sarkozy e por François Hollande.

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