O CDS vai lutar pela reforma do IRC e pelo IRS jovem, confirmou ao DN o líder da bancada centrista, Paulo Núncio, quando questionado sobre as prioridades do partido para além do Orçamento do Estado (ainda que estas duas medidas estejam refletidas nas contas públicas)..A “luta” do CDS, assumidas como prioridade, são para Governo e PSD medidas que podem ser “modeladas” de forma a garantir que o PS possa viabilizar o OE 2025..Para além disto, a proposta de alargamento do prazo para a realização da interrupção voluntária da gravidez (IVG) para as 12 ou 14 semanas, que partirá da bancada do PS, vai merecer o voto contra do CDS, garante o deputado. .Do outro lado da trincheira, os socialistas avançam com quatro propostas - IVG, imigração, violência doméstica e justiça - e, em matéria fiscal, remetem para os avisos de Pedro Nuno Santos ao Governo: "O Partido Socialista nunca viabilizará um Orçamento do Estado (OE) que inclua ou tenha como pressuposto os regimes para o IRS e IRC.".“O IRC é muito importante para que Portugal volte a ter competitividade fiscal”, argumenta Paulo Núncio, enquanto estabiliza as expectativas do eleitorado centrista. “ E consideramos que a redução do IRS para taxas entre 4% e 15%, para os jovens até 35 anos, é uma medida fundamental para incentivar os jovens a trabalhar em Portugal”, completa..Sem hesitações, o PS promete atacar em quatro frentes, começando por rever a IVG e terminando na justiça, ainda que esta última pasta ainda esteja em preparação. Para o partido, impõem-se agora “a questão da regulamentação da objeção de consciência” dos profissionais de saúde que conduzem os processos, explicou ao DN a líder do grupo parlamentar do PS, Alexandra Leitão..“Há um direito à objeção de consciência, mas ele não pode pôr em causa o direito que as mulheres têm à resolução voluntária da gravidez”, defende a deputada..Para Alexandra Leitão, também é preciso “mexer no período de reflexão” para a IVG, por este ser “um bocadinho paternalista para a mulher”..O PS também dá conta de que está “a estudar apoio judiciário automático para as vítimas de violência doméstica”, para além de “outras formas de apoio, inclusivamente monetária”..Outro tema que vai merecer a atenção socialista é “o fim abrupto da manifestação de interesses” dos imigrantes e criar “solução que permita que as pessoas não fiquem limitadas apenas a aceder a Portugal através dos consulados”, adianta a deputada..Alexandra Leitão levanta outro véu: O do “diploma que retira poderes aos condomínios em matéria de alojamento local” e que os socialistas garantem levar ao hemiciclo..Já a Iniciativa Liberal promete regressar ao Parlamento com um debate urgente, no dia 18 de setembro, sobre o “estado do Estado”, anunciou na semana passada o líder do partido. Rui Rocha argumentou que o resultado das últimas eleições legislativas refletiu uma vontade dos portugueses: “A de mudar o país também no que diz respeito ao Estado”..E é com a ideia de que “o Estado não está melhor, está em muitas áreas igual ou até mesmo pior”, que Rui Rocha promete uma intervenção do partido na saúde, na educação e na justiça, apontando, porém, o que até aqui tem estado errado e remetendo para o debate aquilo que pretende fazer para melhorar..Para já, com uma oposição ao IRS jovem, Rui Rocha volta a sublinhar uma intervenção fiscal, no sentido de baixar impostos..“Este quadro plurianual que recebemos aponta não só para um limite de despesa que cresce, vamos dizer, 15%, se não mais, mas também para receitas de impostos que crescem, se lemos bem, cerca de 50 mil milhões”, apontara, criticando, no momento em que anunciou com o debate..Todos os caminhos vão dar ao OE.“Seja dentro e fora do Orçamento, há questões que necessariamente se tocam e acabam por ter alguma ligação”, explicou ao DN a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, depois de questionada sobre as prioridades do partido para além do OE..É com dois debates que o PCP vai vincar ao Parlamento as suas preocupações: Um sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e outro, para dia 19 de setembro, sobre o início do ano letivo..O primeiro tem como objetivo expor “a opção do Governo de transferir para os grupos privados meios” do SNS, explica a deputada..Para já, Paula Santos assume um alvo: As unidades de saúde familiar modelo C, que acrescentam “novas fatias de privatização nos cuidados de saúde primários e com o aplauso dos grupos privados. Portanto, não é o caminho”, defende..Em relação ao segundo debate, “as aulas vão começar com os problemas todos por resolver, grandes dificuldades na falta de professores”, aponta, propondo como solução “a valorização das carreiras”, alargando a mesma receita para outros profissionais do setor..Para além disto, o PCP trará propostas para aumentar o salário mínimo, subir salários públicos e privados, rever a contratação coletiva e, na habitação, proteger inquilinos e, para quem tem créditos à habitação, “pôr os lucros da banca a pagar estas taxas de juros, que são elevadíssimas”..Também o BE não é alheio aos problemas da habitação. “Nós tomamos medidas eficazes, nomeadamente a criação de tetos máximos para as rendas ou instruir a Caixa Geral de Depósitos para que tenha uma política de juros mais vantajosa para quem vive e trabalha em Portugal, e com isso tenha um efeito moderador no mercado para baixar a prestação do crédito a habitação”, lembrou ao DN o líder da bancada bloquista, Fabian Figueiredo, sem deixar de apontar o dedo o dedo ao Governo por ter “insistido em acabar com as poucas regras que existiam para regular o alojamento local, o que vai ainda provocar mais sobreaquecimento no mercado da habitação”..Adicionalmente, a promessa bloquista também passa pela luta para “garantir que o Governo português fará de tudo o que está ao seu alcance para parar a guerra, para parar o genocídio em Gaza”..“A diplomacia portuguesa é uma circunstância hipócrita: Defende uma solução de dois Estados, mas só reconhece um Estado, não reconhece a Palestina. Deve começar por reconhecer a Palestina”, conclui..É em nome de “uma maior igualdade e uma mais justa redistribuição da riqueza” que o Livre promete “continuar a insistir sobre a importância da taxação das grandes fortunas”, revelou ao DN a líder do grupo parlamentar do partido, Isabel Mendes Lopes..Para além de uma preocupação com o SNS, que passa por valorizar as carreiras, através do “Regressar Saúde”, que “é uma extensão do programa Regressar mas direcionado a profissionais de saúde”, explica. .Alinhado com a atualidade, o Livre também vai “voltar a apresentar a proposta de indicador de risco em caso sísmico”, que é “como se fosse um certificado de risco sísmico associado a cada casa, à semelhança do que existe para o certificado de eficiência energética”, adianta..O PAN trará no seu arsenal político “medidas para assegurar a justiça social e ambiental e a proteção animal”, explicou ao DN fonte do partido, acrescentando que uma das prioridades vai passar por propor o “pacote de direitos das mulheres, que inclui o crime de violação ser considerado um crime público, assegurar a proteção em relação às plataformas que divulgam conteúdos não consentidos, disponibilização de kits para recolha de provas de violação em todos os hospitais nacionais, o apoio aos órfãos na sequência da violência doméstica”. .Contactados pelo DN, PSD e Chega recusaram revelar as suas prioriodades.