Diretor-geral da OMS saúda inclusão de aborto na Constituição francesa
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS

Diretor-geral da OMS saúda inclusão de aborto na Constituição francesa

Tedros Adhanom Ghebreyesus destacou que "o aborto seguro faz parte dos cuidados de saúde".
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O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, saudou esta segunda-feira a aprovação da inclusão do direito à interrupção voluntária da gravidez na Constituição francesa, defendendo que o aborto seguro salva vidas.

"Saudamos a decisão da França de garantir os direitos das mulheres e salvar as suas vidas", escreveu o responsável da OMS na rede X.

Na sua mensagem, Tedros Adhanom Ghebreyesus destacou que "o aborto seguro faz parte dos cuidados de saúde".

Em Congresso hoje reunido em Versalhes, os senadores e deputados franceses aprovaram o texto com 780 votos e 72 contra, assegurando a maioria de três quintos necessária.

Com esta última etapa legislativa, o projeto de lei constitucional, relativo à liberdade de recurso ao aborto, alterou o artigo 34.º, que passará a incluir "a garantia da liberdade das mulheres de recorrer à interrupção voluntária da gravidez".

Macron fala em "orgulho francês"

Em reação à aprovação, o presidente francês escreveu na rede social X: "Orgulho francês, mensagem universal. Vamos celebrar juntos a entrada de uma nova liberdade garantida na Constituição".

Emmanuel Macron anunciou uma grande cerimónia na próxima sexta-feira, coincidindo com o Dia Internacional dos Direitos da Mulher, em frente do Ministério da Justiça, onde pela primeira vez na história o público poderá assistir à promulgação de uma lei pelo Presidente da República.

Os deputados e senadores saudaram a votação histórica com uma ovação, enquanto gritos de alegria foram ouvidos na praça Trocadero, em frente à Torre Eiffel, ao lado do monumento aos Direitos Humanos, onde centenas de defensores do direito ao aborto se reuniram em frente de um ecrã gigante que transmitia a sessão do Congresso.

"Meu corpo, minha escolha" foi inscrito no famoso monumento parisiense para marcar este passo histórico.

Em sinal contrário, um grupo de ativistas antiaborto reuniu-se perto do Palácio de Versalhes, onde se realizou o Congresso, sob o lema "Eu também fui um embrião".

Numerosos líderes políticos tomaram a palavra para defender que, embora o aborto não seja questionado em França neste momento, com mais de oito em cada dez franceses a favor da sua inscrição na Constituição, poderá sê-lo no futuro, à semelhança do que aconteceu nos Estados Unidos, Hungria, Polónia ou Argentina.

A iniciativa já tinha sido aprovada no final de janeiro por uma maioria esmagadora na Assembleia Nacional e, na semana passada no Senado, apesar da relutância de alguns senadores de direita e do centro, que têm a maioria na câmara alta.

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