Guaidó pede aos venezuelanos para ficarem nas ruas até à "libertação"

Presidente interino anunciou novas manifestações para 12 de fevereiro. Guaidó recusa hipótese de uma guerra civil: "90% dos venezuelanos querem mudanças".
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Juan Guaidó pediu hoje aos venezuelanos que continuem a manifestar-se até que o país consiga a "libertação". O autoproclamado presidente interino da Venezuela falava aos milhares de manifestantes que se juntaram este sábado nas ruas de Caracas, num protesto contra o regime de Nicolás Maduro. "Construímos o maior movimento social pacífico da nossa história", afirmou Guaidó, instando os manifestantes a continuar a sair às ruas até que o atual regime caia.

E já há data para nova manifestação: a 12 de fevereiro, o dia da Juventude na Venezuela. Além desta data, Guaidó anunciou a realização de uma outra manifestação, em data ainda não determinada, para assinalar a chegada de ajuda humanitária. Durante o discurso, Guaidó anunciou a criação de três centros de acolhimento para ajuda humanitária, um na Colômbia, um segundo no Brasil e um terceiro numa ilha das Caraíbas. E, dirigindo-se aos militares, questionou-os se vão permitir a entrega de ajuda humanitária no país e defender a Constituição venezuelana: "Soldado da pátria, o teu papel é a reconstrução da Venezuela e defender os venezuelanos. Não dizemos apenas que respeitem a Constituição, exigimos que não disparem contra os cidadãos".

O político venezuelano defendeu que se inicia agora um mês "determinante" para a liberdade dos venezuelanos. Voltamos a sorrir de novo com o sonho de uma Venezuela livre e isso está cada vez mais perto", disse aos manifestantes.

O presidente interino apelou ao apoio das instituições que se mantém ao lado de Nicolás Maduro, nomeadamente das Forças Armadas: "Soldados, esta é a hora". E voltou a recusar o cenário de uma guerra civil na Venezuela - "Não temos medo de uma guerra civil, 90% dos venezuelanos querem mudanças". "Maduro ficou sozinho", prosseguiu, rejeitando as acusações de estar a protagonizar um golpe de Estado - Guaidó diz-se respaldado pela Constituição, pela comunidade internacional e pelos venezuelanos.

No final, pediu aos manifestantes para levantarem a mão direita e jurarem que continuarão a lutar pela liberdade do país: "Nós, venezuelanos, comprometidos com a Venezuela, com a justiça social, juramos manter-nos nas ruas até conseguir o fim da usurpação, o governo de transição e eleições livres".

A manifestação da oposição ao regime venezuelano acontece na mesma altura em que também os apoiantes de Nicolas Maduro se reúnem nas ruas de Caracas, por ocasião do XX aniversário da revolução bolivariana.

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