Sabores do Médio Oriente com vista para as ondas da Ericeira
A proprietária é austríaca, a sous-chef é brasileira, a vista é para o mar da Ericeira, e a comida é um cruzamento entre as cozinhas do Médio Oriente e a portuguesa. O Balagan já reabriu após umas curtas férias, aproveitadas para ir buscar inspiração a Israel.
Acabada de chegar de Telavive, em Israel, a austríaca Katharina Grafl vem cheia de ideias para implementar no seu Balagan, na Ericeira. O espaço, que abriu em setembro do ano passado com comida do Médio Oriente, esteve encerrado para umas curtas férias mas já reabriu mesmo em frente ao mar, na Praia do Sul. Para já, mantêm-se as ementas, mas os sabores que provou nestes dias de pausa darão inspiração para as novidades que se vão começar a testar para servir no arranque da primavera.
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As viagens que fez quando estava nos 20 - agora tem 36 - deram a conhecer melhor a Katharina a cozinha do Médio Oriente, de que já gostava mesmo sem ter qualquer ligação familiar com aquelas paragens. E foi com essa comida que conquistou o palato de amigos e conhecidos naquela que foi a experiência embrionária que, mais tarde, gerou este espaço. Estávamos em plena pandemia, Katharina - que trabalhava na área da restauração e hotelaria - ficou desempregada e, pouco avessa a ficar de braços cruzados, começou a cozinhar em casa para amigos.
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Rapidamente a melhor publicidade de todas, aquela que anda de boca em boca, fez aparecer interessados em encomendar os pratos que confecionava. Graças a contactos anteriores, conseguiu arrendar a cozinha de um hostel e lá criou o Balagan, então apenas um serviço de entregas de comida ao domicílio. O sonho de abrir um restaurante, que sempre teve, cresceu e não demorou muito até que começasse a procurar o local ideal. Tarefa difícil essa a de descobrir "aquele sítio" com um custo que pudesse suportar...
Até que surgiu o concurso público para concessionar aquele edifício da Praia do Sul. "Concorri, mas sem grandes esperanças ou expetativas", diz. Mas, quando já praticamente tinha desistido e até tinha ido à última entrevista para um outro emprego, chegou o mail que lhe atribuía a concessão daquela casa frente ao mar, com esplanada e terraço. "Era a oportunidade de uma vida", diz. Não se arrepende de a ter agarrado com unhas e dentes.

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Trabalhou com Ingrid Aparício, do Studio Bacana, na decoração do espaço. E descobriu no Linkedin aquela que é agora a sous-chef do Balagan: Tereza Silva, uma brasileira que trabalhava em cruzeiros. Em setembro, só a tempo dos últimos dias de verão, abriu portas e começou a servir comida do Médio Oriente em ambiente de praia.
No piso térreo, está o Deli Balagan, um café e esplanada a funcionar como apoio de praia e com um menu reduzido com pequenos pratos e snacks, como rosbife com tahini, sementes de tomate, zhug, salada de ervas e picles de cebola roxa (11,50€) , ou um sabich de hummus, beringelas fritas, tomate cereja, grão de bico e pepino (8€). O pequeno-almoço é servido até ao meio-dia e pode incluir uma tigela de granola (5€), uma oriental frenchie (8,00€) que é uma babka de chocolate estilo "rabanada", labneh doce, tahini, dukkah e molho de frutos vermelhos ou o pequeno-almoço da casa (9€) composto por hummus, labneh, salada picada, azeitonas temperadas, ovos mexidos com za"atar e pão pita.

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No primeiro andar, no restaurante, servem-se almoços e jantares, com a garantia de que há opções para todos os gostos, com um cruzamento entre as cozinhas do Médio Oriente e a mediterrânica, nomeadamente a portuguesa. O hummus à Bulhão Pato (12,50€) "é a mais perfeita combinação", garante Katharina. Mas o choco frito com batata doce frita & amba aioli (12,50€) também é um sucesso, assim como a batata doce assada com labneh de coco, grão de bico com za"atar, salada selvagem & tahini (10,50€).

O Hummus à Bulhão Pato
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Katharina descobriu a Ericeira numas férias, em 2016, mas agora ali sente-se em casa. "É a minha base. Não há planos para sair", diz. Mas já pensa em novos voos, com Balagan em Lisboa, no Porto, e, quem sabe, no estrangeiro.
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