Foram oito meses de obras que renovaram 187 quartos - e respetivos acessos - no Penha Longa resort. Apesar de estarem previstas mais obras, sobretudo no lobby do hotel, por ora os “novos” quartos estão já a receber os hóspedes. Na visita ao hotel, e guiados por Cecília Ferreira, coordenadora de marketing e comunicação do Penha Longa Resort, foi explicado que as obras não afetaram quem esteve hospedado. Enquanto percorremos as várias tipologias dos quartos - com preços desde 290 euros por noite - , a responsável indica que o objetivo foi criar no interior uma maior harmonia com o ambiente exterior. Recorde-se que o Penha Longa está inserido no local com 250 hectares em plena reserva Natural do Parque de Sintra-Cascais, ou seja rodeado de verde. Como curiosidade histórica, esta propriedade tem registos desde 1355 e foi quer refúgio de ordens religiosas - uma vez que foi uma terra considerada milagrosa nos tempos da peste negra - quer local de casa de férias da realeza portuguesa e palco de caçadas e veraneio de duques e duquesas, e ainda propriedade agrícola de aristocratas e até mesmo lar de uma família japonesa..Mas para além da tal harmonia pretendida, o objetivo passa por abranger uma maior tipologia de turistas. Desde quem se desloca para o hotel em trabalho - a maioria dos quartos tem agora secretárias maiores com ligação à internet de alta velocidade -, e apartamentos maiores para receber famílias, sem esquecer as “escapadinhas românticas”, e os praticantes de golfe e casamentos - um dos setores em que o Penha Longa mais cresce. Como exemplo, visitamos uma das tipologias mais exclusivas, uma suite executiva, que para além da vista para os campos de golfe tem duas casas de banho, duas salas, com sofás e tv’s, um mini closet e ainda uma varanda - para além do quarto em si. (Desde 750 euros por noite em época baixa).O design de interiores ficou a cargo da dupla londrina Goddart Littlefair, um atelier várias vezes premiado pelos seus trabalhos em vários hotéis espalhados pelo globo. Na explicação para as escolhas de design dos “novos” quartos, o atelier indica que objetivo foi criar “um santuário para os hóspedes”. A inspiração, dizem, veio da paisagem natural do resort e do rico património da região: “ Sintra exala uma aura de grandeza, luxo e mistério, que serve como uma fonte profunda de inspiração. O nosso objetivo foi infundir um toque dessa magia e mistério, juntamente com um ambiente verde e refrescante, nos espaços interiores”. “A escolha da paleta de cores foi feita com o intuito de realçar a gama de tonalidades do cenário do resort. Para os interiores, a aposta foi feita em tons suaves e calmantes, predominantemente verdes e beges, complementados pelo azul ligeiramente mais vibrante, característico da Ritz-Carlton [grupo a que pertence o Penha Longa], e ainda por tons neutros e pastéis. Esta escolha deliberada garante que o ambiente interior permaneça tranquilo e complementa a beleza natural da envolvente, em vez de a sobrecarregar”. De salientar que todo o mobiliário dos quartos foi pensado para que os hóspedes se sentissem mais “em casa”..Viagens gastronómicas.A visita onde se conheceu as várias tipologias dos novos quartos, incluiu conhecer também o espaço do SPA - que serve também clientes fora do hotel -, o renovado ginásio, mesmo ao lado de um espaço para os mais novos brincarem e os vários restaurantes. Os dois com estrela Michelin, o Midori e o Lab by Sergi Arola; o Spices, de fusão asiática; o mediterrânico Arola que pela vista para o campo de golfe é muito frequentado pelos jogadores; o Aqua, restaurante para almoços perto das piscinas, o Mercatto, onde se servem os pequenos-almoços aos hóspedes e gastronomia italiana ao jantar. E ainda o B Lounge, espaço para snacks a qualquer hora, cocktails e onde se servem os chás da tarde ou provar (e comprar) os chocolates exclusivos criados pelo chef Francisco Siopa. Sem esquecer, claro, uma breve passagem pel Mosteiro do século XIV que faz as maravilhas dos visitantes, sobretudo os norte-americanos, a nacionalidade que mais visita o resort, de acordo com o diretor do hotel, Oliver Key (ver caixa). Seja para uma escapadela de fim de semana, um jogo de golfe, ou uma viagem gastronómica, escolhas não faltam neste espaço carregado de verde..Oliver Key,."As pessoas estão a descobrir este pedaço da Europa”.O britânico Oliver Key esteve (também) à conversa com o DN sobre o resort que dirige desde julho de 2020. Depois de experiências por hotéis no Reino Unido, EUA, Indonésia e Emirados Árabes Unidos, conta que em Portugal tem sentido uma evolução nos serviços de hotelaria e restauração..Como está a correr o ano para o hotel?.Está a ser o nosso melhor ano em trinta anos de história. Desde a pandemia do covid-19 que temos vindo a melhorar..E consegue apontar uma razão?.As pessoas estão a descobrir este pedaço da Europa. Tem a ver, sobretudo, com a popularidade de Portugal nos Estados Unidos. Vêm muitos turistas de lá, não só porque o dólar está um pouco mais forte que o euro mas também porque quantas mais pessoas conhecem Portugal mas falam e mais se escreve sobre o assunto. E, no geral, há uma ideia muito positiva sobre o custo versus as experiências que se têm, sobretudo quando comparada com outros locais da Europa. Itália é vista como muito cara, tal como o Reino Unido ou França. E nesta área, onde estamos, está a ganhar cada vez mais uma maior reputação..Mas Portugal não é propriamente reconhecido como um destino de luxo....Sim, concordo, Portugal ainda não é um mercado muito conhecido pela oferta de luxo, sobretudo se compararmos com os países que já mencionei onde há uma quantidade desproporcional de hotéis de luxo versus Portugal. Do ponto de vista hoteleiro ainda nos faltam muitas das grandes marcas no país, incluindo até algumas do nosso próprio grupo [Marriot Bonvoy]..Os casamentos são hoje parte muito importante da vossa atividade..Sim, este ano, no total, iremos celebrar 250 casamentos nas nossas várias localizações. Para além do resort, onde se inclui o mosteiro do século XIV, temos vários sítios no Estoril, em Sintra e em Mafra onde organizamos os casamentos. E temos tido um grande crescimento de casamentos indianos. São eventos que duram dois a três dias com diversos momentos que ocorrem em vários locais espalhados pelo resort..Para além dos casamentos, quem é o vosso hóspede tipo, o jogador de golfe com mais de 50 anos?.Isso está a mudar, o perfil dos hóspedes que vemos atualmente é muito variado, há mais mulheres e jovens a jogar golfe. Recebemos muitos turistas da Escadinávia e da Grã-Bretanha que vêm cá para jogar golfe. Mas temos, para além do golfe e dos casamentos, reuniões de empresas que aproveitam a localização para ir conhecer Lisboa ou Sintra, apresentações e lançamentos de carros, etc, e os nossos restaurantes funcionam como marcos importantes para quem nos visita..E clientes portugueses, têm?.Sim temos, durante a pandemia o número de hóspedes portugueses cresceu, mas tem diminuído nos últimos anos. Mas estamos a organizar muitos casamentos portugueses. O cliente português representa 10% do nosso negócio total. Na realidade é um número pequeno quando comparado com os EUA, que são 55% do negócio total e cerca de 15% do Reino Unido. Mas há uma coisa que notei em Portugal nos últimos quatro anos, uma verdadeira vontade de melhorar a qualidade em todo o lado. Vê-se isso nos restaurantes, vê-se nos centros comerciais. Vê-se que a qualidade em geral está a aumentar. É muito diferente do que era há 10 anos.
Foram oito meses de obras que renovaram 187 quartos - e respetivos acessos - no Penha Longa resort. Apesar de estarem previstas mais obras, sobretudo no lobby do hotel, por ora os “novos” quartos estão já a receber os hóspedes. Na visita ao hotel, e guiados por Cecília Ferreira, coordenadora de marketing e comunicação do Penha Longa Resort, foi explicado que as obras não afetaram quem esteve hospedado. Enquanto percorremos as várias tipologias dos quartos - com preços desde 290 euros por noite - , a responsável indica que o objetivo foi criar no interior uma maior harmonia com o ambiente exterior. Recorde-se que o Penha Longa está inserido no local com 250 hectares em plena reserva Natural do Parque de Sintra-Cascais, ou seja rodeado de verde. Como curiosidade histórica, esta propriedade tem registos desde 1355 e foi quer refúgio de ordens religiosas - uma vez que foi uma terra considerada milagrosa nos tempos da peste negra - quer local de casa de férias da realeza portuguesa e palco de caçadas e veraneio de duques e duquesas, e ainda propriedade agrícola de aristocratas e até mesmo lar de uma família japonesa..Mas para além da tal harmonia pretendida, o objetivo passa por abranger uma maior tipologia de turistas. Desde quem se desloca para o hotel em trabalho - a maioria dos quartos tem agora secretárias maiores com ligação à internet de alta velocidade -, e apartamentos maiores para receber famílias, sem esquecer as “escapadinhas românticas”, e os praticantes de golfe e casamentos - um dos setores em que o Penha Longa mais cresce. Como exemplo, visitamos uma das tipologias mais exclusivas, uma suite executiva, que para além da vista para os campos de golfe tem duas casas de banho, duas salas, com sofás e tv’s, um mini closet e ainda uma varanda - para além do quarto em si. (Desde 750 euros por noite em época baixa).O design de interiores ficou a cargo da dupla londrina Goddart Littlefair, um atelier várias vezes premiado pelos seus trabalhos em vários hotéis espalhados pelo globo. Na explicação para as escolhas de design dos “novos” quartos, o atelier indica que objetivo foi criar “um santuário para os hóspedes”. A inspiração, dizem, veio da paisagem natural do resort e do rico património da região: “ Sintra exala uma aura de grandeza, luxo e mistério, que serve como uma fonte profunda de inspiração. O nosso objetivo foi infundir um toque dessa magia e mistério, juntamente com um ambiente verde e refrescante, nos espaços interiores”. “A escolha da paleta de cores foi feita com o intuito de realçar a gama de tonalidades do cenário do resort. Para os interiores, a aposta foi feita em tons suaves e calmantes, predominantemente verdes e beges, complementados pelo azul ligeiramente mais vibrante, característico da Ritz-Carlton [grupo a que pertence o Penha Longa], e ainda por tons neutros e pastéis. Esta escolha deliberada garante que o ambiente interior permaneça tranquilo e complementa a beleza natural da envolvente, em vez de a sobrecarregar”. De salientar que todo o mobiliário dos quartos foi pensado para que os hóspedes se sentissem mais “em casa”..Viagens gastronómicas.A visita onde se conheceu as várias tipologias dos novos quartos, incluiu conhecer também o espaço do SPA - que serve também clientes fora do hotel -, o renovado ginásio, mesmo ao lado de um espaço para os mais novos brincarem e os vários restaurantes. Os dois com estrela Michelin, o Midori e o Lab by Sergi Arola; o Spices, de fusão asiática; o mediterrânico Arola que pela vista para o campo de golfe é muito frequentado pelos jogadores; o Aqua, restaurante para almoços perto das piscinas, o Mercatto, onde se servem os pequenos-almoços aos hóspedes e gastronomia italiana ao jantar. E ainda o B Lounge, espaço para snacks a qualquer hora, cocktails e onde se servem os chás da tarde ou provar (e comprar) os chocolates exclusivos criados pelo chef Francisco Siopa. Sem esquecer, claro, uma breve passagem pel Mosteiro do século XIV que faz as maravilhas dos visitantes, sobretudo os norte-americanos, a nacionalidade que mais visita o resort, de acordo com o diretor do hotel, Oliver Key (ver caixa). Seja para uma escapadela de fim de semana, um jogo de golfe, ou uma viagem gastronómica, escolhas não faltam neste espaço carregado de verde..Oliver Key,."As pessoas estão a descobrir este pedaço da Europa”.O britânico Oliver Key esteve (também) à conversa com o DN sobre o resort que dirige desde julho de 2020. Depois de experiências por hotéis no Reino Unido, EUA, Indonésia e Emirados Árabes Unidos, conta que em Portugal tem sentido uma evolução nos serviços de hotelaria e restauração..Como está a correr o ano para o hotel?.Está a ser o nosso melhor ano em trinta anos de história. Desde a pandemia do covid-19 que temos vindo a melhorar..E consegue apontar uma razão?.As pessoas estão a descobrir este pedaço da Europa. Tem a ver, sobretudo, com a popularidade de Portugal nos Estados Unidos. Vêm muitos turistas de lá, não só porque o dólar está um pouco mais forte que o euro mas também porque quantas mais pessoas conhecem Portugal mas falam e mais se escreve sobre o assunto. E, no geral, há uma ideia muito positiva sobre o custo versus as experiências que se têm, sobretudo quando comparada com outros locais da Europa. Itália é vista como muito cara, tal como o Reino Unido ou França. E nesta área, onde estamos, está a ganhar cada vez mais uma maior reputação..Mas Portugal não é propriamente reconhecido como um destino de luxo....Sim, concordo, Portugal ainda não é um mercado muito conhecido pela oferta de luxo, sobretudo se compararmos com os países que já mencionei onde há uma quantidade desproporcional de hotéis de luxo versus Portugal. Do ponto de vista hoteleiro ainda nos faltam muitas das grandes marcas no país, incluindo até algumas do nosso próprio grupo [Marriot Bonvoy]..Os casamentos são hoje parte muito importante da vossa atividade..Sim, este ano, no total, iremos celebrar 250 casamentos nas nossas várias localizações. Para além do resort, onde se inclui o mosteiro do século XIV, temos vários sítios no Estoril, em Sintra e em Mafra onde organizamos os casamentos. E temos tido um grande crescimento de casamentos indianos. São eventos que duram dois a três dias com diversos momentos que ocorrem em vários locais espalhados pelo resort..Para além dos casamentos, quem é o vosso hóspede tipo, o jogador de golfe com mais de 50 anos?.Isso está a mudar, o perfil dos hóspedes que vemos atualmente é muito variado, há mais mulheres e jovens a jogar golfe. Recebemos muitos turistas da Escadinávia e da Grã-Bretanha que vêm cá para jogar golfe. Mas temos, para além do golfe e dos casamentos, reuniões de empresas que aproveitam a localização para ir conhecer Lisboa ou Sintra, apresentações e lançamentos de carros, etc, e os nossos restaurantes funcionam como marcos importantes para quem nos visita..E clientes portugueses, têm?.Sim temos, durante a pandemia o número de hóspedes portugueses cresceu, mas tem diminuído nos últimos anos. Mas estamos a organizar muitos casamentos portugueses. O cliente português representa 10% do nosso negócio total. Na realidade é um número pequeno quando comparado com os EUA, que são 55% do negócio total e cerca de 15% do Reino Unido. Mas há uma coisa que notei em Portugal nos últimos quatro anos, uma verdadeira vontade de melhorar a qualidade em todo o lado. Vê-se isso nos restaurantes, vê-se nos centros comerciais. Vê-se que a qualidade em geral está a aumentar. É muito diferente do que era há 10 anos.