Os antigos presépios com figuras feitas em barro branco pintado inspiraram a Leitão & Irmão a criar o Grande Presépio Popular, constituído por peças únicas colecionáveis, manufaturadas em prata cinzelada. Peças "feitas com particular cuidado e particular gosto, que, representando o dia a dia enaltecem o nascimento do menino Jesus", diz Jorge Leitão, o proprietário desta loja bicentenária de Lisboa..Sentado num cadeirão junto a uma árvore de Natal e a uma mesa onde, sobre musgo verdadeiro, estão expostas as cerca de 50 peças, Jorge Leitão vai apresentando, num vídeo publicado no site oficial da Casa, este novo presépio e cada um dos temas e figuras que o compõem: a Sagrada Família (990 euros), o Nascimento, a Adoração, o Rio, a Povoação, o Pão e a Pesca (2.100 euros cada um)..YouTubeyoutubeK39xrXnk9vI.Cada um com as suas personagens minúsculas, entre os 15 e os 60 milímetros de altura e menos de 200 gramas de peso. Estes diferentes conjuntos temáticos são colecionáveis e complementam-se uns aos outros, de forma a que quantos mais conjuntos se adquirirem mais completo fica o presépio..Jorge Leitão lembra esse tal presépio de barro branco "que se comprava em Barcelos" e repara: "Eu creio que quase todos tivemos esse presépio em casa". "Pareceu-me que era uma oportunidade de construir esse presépio, com o mesmo conceito, de muitas peças, de peças que se vão colecionando ao longo de uma vida ou até mais do que uma vida, que se vai guardando e acrescentando anualmente", explica..Todas as peças são marcadas com a assinatura e punção da Leitão & Irmão, certificadas com a punção da contrastaria portuguesa, assinadas pelo artista autor da modelação original e com o número da edição limitada escolhida, sendo que todas as peças ficam com o mesmo número, que representará de forma exclusiva cada um dos clientes..Um lançamento que vem assinalar duas datas históricas: os 200 anos da Leitão & Irmão, atualmente com duas lojas em Lisboa (no Chiado e no Bairro Alto) e uma no Estoril; e os 800 anos do primeiro presépio. "Até lá, o presépio estava necessariamente dentro de uma Igreja e não poderia sair do templo. São Francisco convenceu o Papa a autorizá-lo a representar o presépio fora da igreja, numa montanha, neste caso, em Greccio, Itália", conta. "Faz 800 anos que o presépio, tendo saído do templo, entrou na casa das pessoas", acrescenta Jorge Leitão..O primeiro presépio com o carimbo da Casa Leitão remonta a 1982, tendo sido oferecido ao Papa João Paulo II na sua visita a Portugal. Em 2021, a Leitão & Irmão visitou Rieti, comuna italiana onde se situa Greccio, e ofereceu aquele que foi o primeiro presépio português na cidade onde, há 800 anos, se representou pela primeira vez o nascimento de Cristo..sofia.fonseca@dn.pt