O ano em revista. Alguns dos melhores gadgets de 2021

Uns merecem estar na lista de desejos para este Natal, outros não passam ainda de ideias promissoras. Entre uma e outra coisa, e apesar das contingências impostas pela pandemia, este ano foi bem profícuo em novidades tecnológicas.
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O ano que agora acaba não viu surgir qualquer aparelho de consumo de massas capaz de, a curto prazo, vir a mudar uma parte substancial do nosso quotidiano, como o smartphone ou, antes, o iPod (ou o Walkman...). Mas trouxe-nos algumas invenções ou melhorias substanciais em sistemas já existentes que merecem entrar nas nossas vidas ou, muito provavelmente, acabarão por ter algum impacto um dia.

Isto apesar de, pelo segundo ano consecutivo, as tecnológicas terem -- tal como o resto da sociedade -- sofrido com a pandemia, incluindo com uma crise de escassez de chips que ainda não passou.

Mas tal não impediu a capacidade de inovação humana, tanto na tentativa de responder a desejos exististes na sociedade, como (e é normalmente nesta área que esta indústria surpreende) no encontrar de formas de criar necessidades que nem sabíamos que tínhamos.

A Samsung mostrou em janeiro, na feira CES, um robô com braço articulado a que chamou Bot Handy. Tem uma base que faz lembrar um aspirador e um único braço articulado, é capaz de servir um copo de vinho, carregar a máquina de lavar louça e, claro, responder a ordens básicas do tipo "traz-me ali o tablet". É apenas um protótipo, ainda, mas aponta o caminho para algo muito real: colocar nas casas da classe média assistentes móveis capazes de fazer tarefas domésticas simples.

No mesmo evento revelou uma versão atualizada do seu Bot Care, que pretende ser mais um companheiro doméstico digital com um "display" que comunica com o dono. O objetivo é lembrar compromissos ou ligar automaticamente o seu proprietário a reuniões de Zoom, por exemplo, indo ao seu encontro onde quer que este se esteja na casa. Mas a marca coreana não deu qualquer previsão para o terminus do seu desenvolvimento

Com isto, foi ultrapassada pela Amazon, que neste último trimestre lançou o Astro. Trata-se no fundo de uma Alexa com ecrã e rodas, que vai atrás do seu "mestre" pela casa, faz todas as funções que a assistente pessoal do gigante do software faz, liga-se às campainhas inteligentes Ring para monitorizar a porta da rua e ainda tem uma base de transporte que pode levar duas latas de bebidas ou um tupperware com qualquer coisa. A ideia é meter-lhe seja o que for "na traseira" e dizer-lhe algo como: "Leva ao pai" e o Astro lá o há de encontrar.

No momento a compra é limitada aos EUA e apenas por convite -- quem o testa pode convidar outros a fazê-lo. Mas, de novo, a tendência é mais do que evidente.

A tecnologia dos ecrãs não para de se desenvolver. Ainda que objetivamente os ecrãs dobráveis, como é o caso dos Samsung Fold, não seja de 2021, foi neste ano -- e na terceira geração destes equipamentos, com o Fold 3 e, muito especialmente, com o Z Flip3 (leia mais AQIUI) -- que estes aparelhos ganharam a maturidade suficiente para merecerem estar na sua lista de compras. Deixaram de ser telemóveis frágeis e, se têm ainda defeitos, são o preço e o facto de não se conseguirem impedir a marca da dobra no display.

Mas aparentemente o Oppo Find N, apresentado ainda este ano, mas só comercializado no próximo, já não fica com marca da dobra, o que revela mais uma evolução nesta tecnologia. Infelizmente, o aparelho só será vendido na China.

Outra tecnologia praticamente pronta a comercializar é a de ecrãs de enrolar. A LG chegou mesmo, em janeiro, a anunciar que tinha smarphones prestes a vir para mercado: ao carregar num botão, o telemóvel aparentemente normal transforma-se num tablet através do desenrolar do display (leia mais AQUI).

Contudo, a marca coreana saiu do mercado dos telemóveis poucos meses depois, mas é certo que as chinesas Oppo e TLC estão a desenvolver sistemas semelhantes.

Não há absolutamente novidade nenhuma em utilizar o telemóvel e um pequeno gadget para avisar no telemóvel quando nos afastamos de um objeto -- e marcar num mapa quando foi o último sítio que o vimos. Em 2013, a Nokia (então da Microsoft) comercializou o Treasure Tag, que fazia isso mesmo. Tal como o muito bem-sucedido -- e muito recomendável para aparelhos Andoid -- Tile, são aparelhos que usam Bluetooth (BT) para se ligar ao smartphone e quando perdem o contacto.

Até que este ano a Apple conseguiu agarrar num conceito velho fazer dele algo novo, com a AirTag. Usando a ligação ultrawideband, além do BT, conseguem localizar um objeto com precisão de centímetros (tipo, as chaves estão caídas atrás do sofá na sala). E depois, utilizando o potencial de existirem milhões de iPhones no mundo, sempre que uma AirTag se perde no planeta, pode encontrar-se pelo simples facto de passar ao lado de um iPhone qualquer de uma pessoa desconhecida. Algo que o universo Android, pulverizado por dezenas de marcas, nunca poderá competir (leia mais AQUI).

Não têm o estilo do automatismo dos sapatos de Marty McFly de O Regresso ao Futuro II, mas pelo menos funcionam... A própria revista Time, este mês, elegeu-os uma das Melhores Invenções de 2021. Os Nike GO FlyEase são uns ténis concebidos para serem calçados e descalçados sem ser preciso usar as mãos.

Basta calçar os ténis para que estes se comprimam em torno do pé e fechem. A abertura é igualmente fácil, com a ajuda da ponta do outro pé (o calcanhar da sola é desenhado mesmo para ajudar). Isto consegue-se através da sola, que tem uma dobradiça que é basicamente uma evolução das articulações, com duas posições fixas, que se encontram, por exemplo, na maioria dos frascos de ketchup (leia mais AQUI).

A Valve -- a empresa por trás da plataforma Steam -- criou a consola Steam Deck. Apesar de a comercialização do aparelho portátil já ter sido adiada várias vezes -- agora está a ser apontada para o segundo trimestre do próximo ano, o seu conceito, a arquitetura, é deste ano.

Basicamente trata-se de um miniPC portátil -- baseado num processador AMD -- que permite correr a biblioteca de jogos do Steam onde quer que o utilizador esteja. O que só por si é uma mais-valia incrível.

Até que o cloud computing -- em que o processamento é feito na "nuvem" e o terminal é pouco mais do que um ecrã -- atinja a sua total maturidade, esta é sem dúvida a consola a comprar por quem leva jogos a sério.

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