Querem pôr-nos a enrolar... telemóveis

É a grande aposta da LG para inovar no mercado dos smartphones este ano. E não está sozinha. A Oppo e a TCL têm igualmente aparelhos semelhantes.
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A tecnologia não é nova, nem a sua aplicação na eletrónica de consumo é de hoje. Mas a miniaturização do sistema de forma a caber no bolso e o lançamento no mercado, se a promessa de o fazer nos próximos meses se confirmar, será de facto uma inovação digna de registo.

A LG prometeu esta semana lançar, "no início deste ano", o seu novo smartphone Rollable. Tal como o nome indica, tem por característica distinta o facto de o seu ecrã ser, literalmente, enrolado. E, como tal, desenrolável.

O melhor é vê-lo em ação -- e foi a única coisa que a marca sul-coreana permitiu fazer numa aparição surpresa no fim da apresentação na feira de eletrónica CES 2021, que este ano, por causa da pandemia, decorre de forma virtual. Pode ver no YouTube em youtu.be/BjCTZomeeiU

Pouco depois da divulgação do vídeo, a LG confirmou à imprensa que planeia comercializar o Rollable ainda no início deste ano, o que o tornará o primeiro aparelho do género a ser comercializado.

Não foram revelados mais detalhes. Apenas se sabe que se trata de um smartphone com ecrã OLED que se desenrola do interior do chassis do aparelho, permitindo "crescer" para assumir o formato de um tablet.

A LG adapta assim para o formato de bolso uma tecnologia que fora também pioneira em comercializar nos televisores. O modelo Signature OLED R, mostrado ao mundo na CES do ano passado, quando está desligado parece ser apenas uma mesa baixa e relativamente fina. Ao ligar-se, o ecrã desenrola-se do seu interior, mecanicamente, de baixo para cima, num quase ato de magia tecnológica.

O efeito no telefone Rollable não é tão espetacular. O "crescimento" do ecrã não é gigantesco. Mas, pela amostra, parece ser uma solução capaz de competir com -- e talvez até ganhar aos -- modelos com ecrã dobrável. Estes, na fase em que estão, têm todos o mesmo problema: no sítio onde dobram ficam vincados. E isso nota-se quando o aparelho se abre, em especial com o reflexo da luz. Algo que não acontece, à partida, quando o ecrã se enrola.

Ainda que seja a LG a prometer comercializar o telemóvel "de enrolar", não é a primeira marca a mostrar uma solução deste género.

Em novembro, a chinesa Oppo mostrou a alguns jornalistas um protótipo batizado X2021 que, com um toque na lateral, se desenrola do formato de um telefone de 6,7 polegadas para 7,4. Ou algo pelo meio -- o utilizador pode escolher parar a expansão a qualquer momento.

Nessa altura, a Oppo afirmou não ter planos para comercializar tal modelo tão cedo. Mas não será coincidência o número de código do protótipo ser idêntico ao ano em que acabámos de entrar.

Menos original é o facto de o X2021 parecer abrir-se exatamente da mesma forma que o LG Rollable...

Outro fabricante a querer um pedaço deste mercado, se é que ele de facto existe, é a TCL. Não muito conhecida em Portugal, trata-se de uma marca chinesa de eletrónica, totalmente detida pelo estado chinês, que é mais famosa pelos seus televisores de baixo custo QLED.

No entanto, tem diversificado um pouco a sua oferta e neste CES mostrou o seu protótipo de smartphone com ecrã AMOLED que se desenrola.

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Ao contrário das duas propostas anteriores, a TCL parece apostar numa solução mais compacta: o telefone passa de um aparelho pequeno, tipo espelho de maquilhagem, abre-se na vertical para assumir a forma de um smartphone "normal".

Mais uma vez, não há previsão de data de lançamento, nem características técnicas, muito menos preço previsto.

Uma coisa é positiva nestas três propostas, seja como for. Pelo menos, são tentativas válidas e originais de inovar e variar do velho e quem-nos-dera-que-ultrapassado modelo do retângulo preto que são todos os smartphones desde que há memória.

O luxo de ver televisão na cama pode ser elevado a outro nível com o novo televisor especialmente pensado para o quarto que a LG apresentou esta semana na CES. A marca sul-coreana chamou-lhe OLED Smart Bed e basicamente trata-se de uma estrutura para pôr aos pés da cama que esconde um ecrã de 55 polegadas que se ergue do interior. Mas não se trata de uma TV normal. Para não tornar o quarto demasiado "opaco", o ecrã é transparente. Resta saber o que isso fará à definição da imagem... Afinal, nem toda a gente gosta de passar horas ou fazer coisas no quarto às escuras.

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