Do 'fine dining' às pizzas. A rota de um chef pelos seus 5 restaurantes
Pizza BresaolaSe, há meio ano, perguntassem a Arnaldo Azevedo se agora iria ser responsável por cinco restaurantes a resposta seria um redondo “não”. Mas a verdade é que acaba de abrir um novo espaço, o Restart, projeto que marca a expansão do grupo Vila Foz para o centro da cidade do Porto. O chef faz questão de os visitar a todos diariamente, razão pela qual aproveita uma dessas deslocações de carro para falar com o Diário de Notícias sobre estes projetos e aquilo que os distingue.
A conversa começa precisamente pela novidade. O Restart faz parte da Maison Bleue, um alojamento com nove quartos situado na Rua da Restauração, que segue a linha do Douro, e que é a nova adição do grupo Vila Foz. “A ideia foi mudar da beira-mar e ir para a beira-rio e criar um conceito em que se juntasse a arte e a gastronomia”, diz Arnaldo Azevedo.
Neste espaço, além de uma “vista desafogada” para o Douro e de inúmeras obras de arte – o alojamento tem uma sala dedicada a uma exposição de arte privada e cada quarto é decorado com peças de diferentes artistas -, o visitante encontra um menu com propostas de cozinha portuguesa, como os Filetes de polvo com arroz do mesmo (29€), o Bacalhau à Brás (22€), o Arroz caldoso de robalo e camarão ou a Pá de cordeiro de leite com arroz de açafrão e espargos (36€), além de outros mais contemporâneos, como o risoto de cogumelos com vieiras (28€). “Junta-se o útil ao agradável: tem boa decoração, boas vistas e boa comida”, resume o chef.
A cerca de 10 quilómetros de distância, no mercado de Matosinhos, estão outros dois projetos recentes: a pizzaria Taglio, que abriu em fevereiro, e o Bistrô by Vila Foz, que abriu no verão passado. Ambos funcionam em simbiose com o local em que estão inseridos, sobretudo este último. “Tem um conceito diferenciador, em que o cliente tem o privilégio de ir escolher o peixe que quer à banca e nós fazêmo-lo no restaurante”, conta o chef, explicando que a confeção não se resume à grelha, podendo ser assado, frito ou cozido, conforme se queira. Na carta, há o clássico Arroz caldoso de peixe (22€), Carabineiro flamejado com batata fósforo e ovo frito (23€) ou Moqueca de camarão com arroz basmati (22€). “Vem tudo do mercado: peixe, legumes, fruta”, salienta. De carne, o Bistrô tem dois pratos: Bife do lombo à Portuguesa (23€) e Rosbife com batata fósforo (23€).
Um conceito diferenciador distinguido em fevereiro pelo Guia Michelin com o estatuto de estabelecimento recomendado. “Foi uma surpresa... Estava aberto apenas há sete meses. Mas é uma alegria enorme ter este reconhecimento num restaurante tão carismático pelo facto de estar inserido num mercado”, admite.
Nesse mesmo local situa-se o Taglio, uma proposta mais casual, informal e urbana com um menu com cinco opções de foccacias – uma delas, a de lagosta (18€), com o ingrediente principal a vir do mercado -, cinco de pizzas (entre os 12€ e os 16€) e duas sobremesas.
Daqui até ao Vila Foz Hotel & Spa, onde se localizam os outros dois restaurantes do grupo, é um saltinho, cerca de quatro quilómetros. O Flor de Lis pratica uma cozinha contemporânea e está “focado no público de rua, passantes”, pelo que está aberto todo o dia, sendo possível almoçar ou jantar à hora que quiser, sem limitações horárias. Disponibiliza um menu de almoço (23€ ou 26€), mas na carta salta à vista, uma vez mais, o arroz de robalo e camarão (29€), a moqueca de camarão tigre (27€) ou a Vieira com Risoto verde (28€). Mais um espaço distinguido este ano como recomendado pelo Guia Michelin.
Resta o Vila Foz, a jóia do grupo, restaurante de fine dining premiado com uma estrela Michelin em 2022, no qual o chef está ao jantar para assegurar que se mantém ao nível dessa elevada fasquia. Aqui são duas as opções de degustação: o menu Maresia (190€), que oferece o melhor da nossa costa; e o menu Novo Mundo (150€), inteiramente vegetariano, que nos leva a outras latitudes. Pode ainda optar-se pela Kitchen Seat Experience (400€), em que, ao balcão do bar e de frente para a cozinha, tem o chef Arnaldo a cozinhar para si ao mesmo tempo que lhe conta as histórias dos pratos e sabores.
Com duas folgas por semana (quando corre bem), Arnaldo Azevedo arranja sempre tempo para, pelo menos um dia, ir até Ermesinde almoçar na Toca da Formiga, o restaurante dos pais e onde se iniciou nesta lides da cozinha.
Poderá daqui a meio ano haver mais um local de paragem? Para já, Arnaldo Azevedo garante que esse não é o plano, mas não renega a ideia desde que venha acrescentar algo à oferta e não prejudique o que já está feito.