“É preciso conhecer o legado e admirar a alma deste lugar para honrá-lo”. Quem o diz é Miguel Câncio Martins, arquiteto e proprietário do Wellness Boutique Resort Quinta da Comporta, que chamou o chef Vítor Sobral, “filho da terra”, para assumir a consultoria gastronómica de toda a operação do empreendimento. O resultado já pode ser degustado no Inari Comporta, o restaurante da unidade, que foi buscar o nome a uma deusa japonesa que representa prosperidade no cultivo e colheita do arroz.. E é precisamente de frente para os arrozais que se situa o restaurante, construído a partir de vigas de madeira recuperada com 150 anos para recriar as antigas granjas agrícolas onde o arroz ali colhido, debulhado e seco era armazenado. Da horta de 1,5 hectares do resort vêm diariamente ingredientes frescos para que à mesa se sirva portugalidade.. “Para além de haver uma cotação sentimental muito forte, resultante de ligações familiares que tenho na zona, vejo a Quinta da Comporta como o local perfeito para valorizar a gastronomia portuguesa e principalmente o produto local”, diz o chef Vítor Sobral, homem do Seixal que enraizou a sua matriz de sabores no litoral alentejano, mais precisamente em Melides, no monte da família. Por isso, confessa, “o desafio da Quinta da Comporta foi o culminar de um desejo muito pessoal” de desenvolver um projeto gastronómico na região.O desafio era o mesmo que acompanha todo o projeto do Resort desde o seu nascimento, em 2019, um sonho antigo do arquiteto Miguel Câncio Martins, um apaixonado pela Comporta, onde fazia férias na infância. “A Comporta tem o equilíbrio perfeito entre natureza e estilo de vida local, o que faz dela o sítio inigualável que é. E a Quinta da Comporta não pretende alterar esse estado de coisas, mas sim respeitar e homenagear essa ligação de modo a que a sua herança perdure no tempo”, diz o arquiteto no site do projeto. Portanto, voltando ao desafio feito a Vítor Sobral, tratava-se de criar memórias intemporais através de experiências autênticas”. Neste caso, através da gastronomia.. A nova carta do Inari Comporta – que tem como chef executivo Luís Espadana, que trabalha com Vitor Sobral há mais de 30 anos, sendo também um dos criadores do conceito das “Esquinas” - reúne “pratos simples, frescos e sazonais que privilegiam produtos locais e conservam a herança gastronómica da região”. “Queremos conjugar ao serviço de excelência de bem receber da Quinta da Comporta, uma gastronomia com sabor, identidade e portugalidade”, garante Vítor Sobral.Para começar a refeição, há, entre outros, Gaspacho de tomate e morango com pinhão de Alcácer (9 euros), Choco Frito com alho assado e lima (15 euros), Ostras do Sado (14 euros/6 unidades), Bolinhos de Arroz (dos talhões da Comporta) com queijo da ilha e geleia de pimenta (8 euros) ou Tempura da horta com maionese de algas (14 euros).Depois, pode optar por massas e saladas ou por um Robalinho grelhado com batata a murro e legumes da horta (24 euros), o Carré de Borrego com açorda alentejana e coentros (28 euros) ou a Bochecha de Porco estufada com puré de couve-flor e batata-doce (26 euros).Nos arrozes da Comporta, sugerem-se o de camarão-tigre (39 euros), o de corvina corada (24 euros) e o de tomate com brócolos tostados e burrata de Azeitão (18 euros).Já nas sobremesas o destaque vai para o Creme Queimado de arroz doce (6 euros), a Pavlova de frutas da estação e o agora tão popular pistácio (6 euros), e o Chocolate B.. (12 euros). Ou então uma degustação destas três (12 euros).. Já nas bebidas, os cocktails de assinatura “celebram a essência da vila e da região enquanto a carta de vinhos, seletiva e encorpada, reforça a ligação vinícola”.Com um conceito aberto e ligado à natureza, a Quinta da Comporta oferece vistas magníficas em todo empreendimento, uma piscina infinita de 40 metros e um Spa. Primeiro projeto de assinatura de Miguel Câncio Martins em Portugal, pretende proporcionar uma experiência autêntica inspirada pela simplicidade e história da região, refletida nos materiais, nas cores e nas obras de arte espalhadas pela propriedade, incluindo o “ninho de cegonhas” feito de madeira que se encontra suspenso no restaurante Inari.