Urgência de Pediatria do Garcia de Orta volta a fechar esta noite

Conselho de Administração anuncia em comunicado que vai ter de encerrar novamente a urgência do serviço de pediatria entre as 21.00 desta segunda-feira e as 8.30 de terça-feira.

O Hospital Garcia de Orta, em Almada, vai ter de encerrar novamente a urgência do serviço pediátrico esta segunda-feira à noite. Entre as 21h de hoje e as 8h30 de amanhã, não serão aceites doentes urgentes na pediatria.

Em comunicado, o conselho de administração do hospital diz que a decisão de voltar a encerrar as urgências pediátricas se deve à "insuficiência de médicos pediatras para cumprir a escala noturna", à semelhança do que aconteceu, mais recentemente, na noite de sábado para domingo.

No documento, o hospital aconselha os utentes a recorrerem, em alternativa, às urgências de pediatria do Hospital de Santa Maria ou do Hospital Dona Estefânia, ambos em Lisboa.

As urgências já tinham encerrado na noite de sábado para domingo. Os pediatras do hospital pediram a intervenção urgente da Ordem dos Médicos na situação do serviço de urgência, por considerarem que não há condições mínimas de segurança para os doentes em vários momentos.

Também os médicos internos, em formação, denunciam que têm sido "incessantemente coagidos pela administração para cumprirem horas de urgência além do estipulado por lei" e que são "pressionados" a trabalhar numa urgência com uma equipa de apenas dois elementos, quando o mínimo exigível seria quatro.

Numa carta enviada ao bastonário dos Médicos no início deste mês, e a que a agência Lusa teve acesso, os pediatras do Garcia de Orta consideram que a situação que o serviço de urgência atravessa é grave e que se "deteriorou muito" no último ano, apesar dos vários alertas feitos em finais de 2018.

Em alguns dias, a equipa de urgência de pediatria é composta apenas por dois elementos, "não estando assim garantidas as condições mínimas de segurança para os doentes".

"Estamos diariamente a ser confrontados com dias de urgência com equipas incompletas, pressionados para fazer mais horas extraordinárias ou na esperança que exista disponibilidade de pediatras de outras instituições, o que tem sido muito pontual", contam os médicos do Garcia de Orta.

Além de terem saído 13 assistentes hospitalares que trabalhavam na urgência nos últimos dois anos, as últimas quatro vagas atribuídas em concurso pelo Ministério da Saúde nem sequer foram ocupadas.

"Atualmente, apenas nove assistentes hospitalares fazem urgência externa no serviço de pediatria, dos quais um se encontra em licença de maternidade, dois têm mais de 50 anos (estando isentos de trabalho noturno) e dois com mais de 55 anos que aceitam manter atividade regular na urgência. Assim, destes nove apenas quatro podem assegurar a urgência no período noturno", refere a carta enviada à Ordem.

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