Reitores querem alargamento de vagas para bons alunos a todo o país
O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) avalia "favoravelmente" a proposta de despacho do governo relativa às vagas a criar em 2019/20 nas instituições do ensino superior públicas, considerando "determinante" para essa avaliação o "fim dos cortes cegos em Lisboa e no Porto". No entanto, deixa algumas recomendações ao governo, nomeadamente a generalização da possibilidade de aumentar as vagas nos casos em que os candidatos que não ficarem colocados em instituições de elevada procura tenham médias iguais ou superiores a 17 valores.
Na proposta de despacho para o próximo ano letivo, o governo mantém a "discriminação positiva" das instituições do interior do país em relação aos principais centros urbanos, cujos limites de vagas foram reduzidos no ano passado em cerca de 5%. No entanto, introduz um "critério adicional" permitindo que, nos casos das universidades de Lisboa e Porto com elevada procura, possa haver um aumento entre os 5% e os 15% do total de vagas na referida situação.
Uma regra que, considera o CRUP, permite "uma abordagem mais adequada, porque mais complexa, à alteração do modelo de fixação das vagas".
Contudo, os reitores defendem que o governo deveria ir mais além nesta regra, permitindo que, "para além da aplicação obrigatória nas instituições sedeadas em Lisboa e no Porto, [esta] possa também ser aplicada, de modo opcional, nas outras instituições".
O CRUP defende também que o governo deve rever "o tema do número máximo de ciclos de estudos [cursos]", admitindo "a possibilidade do seu aumento, em articulação com a estratégia da instituição, condicionada à natureza inovadora e não redundante dos novos cursos e ao não aumento de vagas".
Outra propostas prendem-se com as exceções "à redução do número de vagas", para não comprometer "ofertas formativas que, atualmente, já correspondem a um número limitado de admissões", e ainda "alterar as exceções às limitações decorrentes do nível de desemprego".
O CRUP representa as 14 universidades públicas do país e ainda a Universidade Católica.