Porque se comemora a 25 de novembro o dia contra a violência de género?
A cada dez minutos uma mulher é assassinada por um homem que é ou já foi seu companheiro. São dados como este que levaram a ONU a declarar o 25 de novembro como o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, mas a história desta data vem de trás: desde os anos 80 que a América Latina assinala a morte de três irmãs dominicanas, ativistas assassinadas por ordem do ditador Rafael Trujillo.
Minerva, Patria e María Teresa Mirabal cresceram num ambiente de classe média, pelo menos duas frequentaram a universidade, e mantinham uma forte atividade política, sobretudo Minerva - atividade que envolveu, em vários momentos, passagens pela prisão. A 25 de novembro de 1960, depois de uma visita aos maridos de María Teresa e Minerva, que estavam presos, foram assassinadas, juntamente com o motorista.
"Sinto-me orgulhosa como filha, como mulher, como dominicana, que a data que 25 de novembro sirva para avançar uma campanha que é indispensável", afirmou Minou Tavárez, filha de Minerva, ao jornal El País.
Foi em 1999 que a ONU se juntou a esta homenagem às irmãs Mirabal, considerando que a violência contras as mulheres continua a ser uma pandemia global. Segundo dados das Nações Unidas, 70% das mulheres são vítimas de violência em algum momento da sua vida e esta violência sistemática é consequência da persistência de desigualdades de género. Ainda segundo a ONU, mais de 700 milhões de mulheres casaram-se quando eram ainda crianças, uma prática que hoje ainda é comum em países como o Afeganistão.