"Na educação está quase tudo fechado"

Sindicatos dizem que impacto está a ser forte em todo o país, que há regiões com taxas de adesão de 100% e que, quer no Porto quer no Algarve, só há um agrupamento aberto. Diretores confirmam impacto, sobretudo pela falta de auxiliares
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A educação é, até agora, o setor em que se está a sentir o maior impacto da greve da função pública. Em declarações ao DN, Ana Avoila, da Frente Comum, garante que são "raras" as escolas públicas abertas no país.

"No Ministério da Educação a greve está muito boa", diz. "No Porto só está uma escola aberta, no Barreiro está tudo fechado, no Oeste está tudo fechado. E toda a região do Algarve só tem um agrupamento em funcionamento", acrescenta, resumindo: "Em termos de escolas está quase tudo fechado".

As greves da Função Pública tendem a causar mais impacto no setor da Educação do que as próprias greves dos professores devido à adesão dos assistentes profissionais e outros trabalhadores não docentes, sem os quais as escolas não podem assegurar serviços essenciais, como a vigilância dos alunos. Muitas escolas optam por nem sequer abrir portas, enquanto outras concentram os recursos humanos disponíveis em determinados ciclos de escolaridade - normalmente os que têm alunos mais novos -, "fechando" para os restantes estudantes. É o que está a suceder, por exemplo, como verificou o DN nesta manhã, na escola básica Joaquim de Barros, em Paço de Arcos, que abriu para os alunos do 1.º ciclo mas não para os do 2.º ciclo.

A frente comum realiza nesta altura uma conferência de imprensa em frente à Secundária Marquesa de Alorna, em Lisboa, para apresentar um retrato completo da greve no setor da Educação.

Mais para a tarde estão previstos pontos de situação noutros setores, sendo que Ana Avoila adianta que "na cultura também há muitos serviços encerrados" e que o "atendimento do IRN [Instituto dos Registos e Notariado] está todo fechado", assim como várias "lojas do cidadão".

Também em declarações ao DN, Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) confirma "uma adesão muito forte, não tanto por parte dos professores mas sobretudo pelos assistentes operacionais". E explica que, sem estes últimos, é natural que a maioria das escolas opte por nem abrir portas. "Eles já são poucos. O número de assistentes operacionais existentes é escasso. E não havendo os funcionários suficientes [devido à greve] para assegurar o funcionamento em segurança, os diretores não arriscam".

Em comunicado, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) anunciou igualmente que a "greve na educação fechou as escolas de Portugal", referindo que "raras foram as escolas abertas de norte a sul do continente, do litoral ao interior e também nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores.

A Fenprof lembrou ainda que os professores têm outras lutas programas, nomeadamente a greve que, a partir de segunda-feira, irá afetar as "atividades que não estão abrangidas pelos horários de trabalho ou estão indevidamente assinaladas" nos mesmos.

Notícia atualizada às 13.07

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