Enfermeiros. Movimento quer angariar 400 mil euros para nova greve "mais agressiva"
"Estamos na terceira semana de uma greve por muitos considerada 'agressiva' mas pelo que parece não tem sido o suficiente para permitir que a tutela, na pessoa da ministra da Saúde, queira negociar uma carreira por nós considerada justa e digna para os enfermeiros". É desta forma que o movimento que esteve na base da greve prolongada anuncia que se prepara para uma nova paralisação. Lançam esta terça-feira uma nova recolha de fundos que pretende chegar aos 400 mil euros até 14 de janeiro.
Na página de Facebook "Greve Cirúrgica", os enfermeiros avisam: "consideramos que a nossa luta não vai poder ficar por aqui e como tal temos que ir preparando aquela que vai ficar conhecida como a 'Greve cirúrgica 2'! Essa sim mais agressiva e expressiva".
Na publicação, o movimento, faz, por isso, um apelo a todos os enfermeiros. "Contamos com todos mais uma vez para colaborar! A nova PPL [plataforma de crowfunding] vai ser iniciada ainda hoje [terça-feira] com uma meta de 400 000€ até ao dia 14 de janeiro, Vamos fazer acontecer... agora é o momento", conclui o grupo na rede social.
O mesmo movimento já tinha recolhido mais de 360 mil euros para compensar os colegas que aderirem à paralisação que está à decorrer e que está prevista terminar no final do mês.
A possibilidade do número de cirurgias adiadas poder aumentar é "muito forte" reconhece o sindicalista. "Porque não há abertura do Ministério da Saúde para negociar", argumenta.
Lúcia Leite, presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), outro dos sindicatos que convocou a greve, admitiu, também à TSF, que está em cima da mesa prolongar a greve às cirurgias programadas e alargá-la a outros hospitais. "Apelo ao governo que deixe de ter uma atitude autista e que reúna com os sindicatos", afirmou.
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Maria Cavaco, reúne-se esta tarde com os dois sindicatos que decretaram a greve, os cinco enfermeiros diretores e o movimento dos enfermeiros da greve às cirurgias para "ver o que estão a planear fazer". Ou seja, se prolongam o protesto.
A greve dos enfermeiros dos blocos operatórios está a afetar cinco centros hospitalares: Centro Hospitalar de São João (Porto), Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar Lisboa Norte (que integra o Hospital de Santa Maria) e Centro Hospitalar de Setúbal.