Paulo Santos

Paulo Santos

Carlos Barbosa e os serviços remunerados

Recentemente as declarações do Presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP) criaram polémica, a propósito do valor do policiamento ao evento (Rali de Portugal). Carlos Barbosa afirmou que Portugal é o único país no mundo em que os militares [da GNR] são pagos e em que "custam uma fortuna", frisou o presidente do ACP, entidade organizadora do Rali de Portugal, prova pontuável para o campeonato do mundo. O presidente do ACP terá mesmo admitido que a continuidade da prova no Mundial possa estar ameaçada e sublinhou que o retorno da prova, "só em IVA, é de 30 milhões de euros, em comidas e dormidas são 60 milhões", com "grande impacto" sobretudo "no interior" do país, mas anda "sempre de mão estendida", a pedir apoios do Estado. Sugeriu ao MAI que, pelo menos parte da verba, tem de ser paga pelo Ministério, como serviço público", pediu. Estas declarações são proferidas por alguém que está habituado a desenvolver uma atividade que gere milhões e que terá obviamente uma visão pouco sensível para outras realidades (bem mais preocupantes) que afetam milhares de pessoas. Ademais, a APG-GNR ( Associação representativa dos Profissionais da GNR) reagiu e bem, no sentido de relembrar algumas realidades deste tipo de serviços e da postura de alguns na sociedade.