Baltasar Garzón
Juiz da Audiência Nacional, a mais alta instância judiciária espanhola. Tornou-se célebre pelos seus casos contra a ETA e seus satélites políticos (ilegalizou o Batasuna) e também pela abertura de um processo contra Augusto Pinochet, antigo ditador chileno. Investigação a clientes do BES
Espanha estará nas suas mãos
Tradicionalmente próximo do PSOE, é autor do livro Um Mundo sem Medo(editado em Portugal pela Ambar) onde aborda temas como o terrorismo e a corrupção internacional.
Para o jornal El Mundo, Baltazar Garzón, que lidera a investigação que ontem levou a Guardia Civil ao BES de Madrid, era, no ano passado, a 36.ª pessoa mais influente em Espanha , aparecendo à frente do alto representante para a política externa da UE, e ex-ministro, Javier Solana, do presidente da Câmara de Madrid e de muitos políticos ou presidentes de grandes empresas. Garzón, juiz da Audiência Nacional, tribunal de primeira instância que julga os casos mais delicados em Espanha , tornou-se famoso internacionalmente ao pedir a extradição do ditador chileno, Augusto Pinochet. Já julgou mais de 25 casos relacionados com a ETA .
Tem 51 anos e chegou a ser proposto para o Prémio Nobel da Paz. É uma figura controversa e com inimigos. Pertenceu ao PSOE, chegou a concorrer na lista para deputados atrás de Felipe González, lugar que abandonou pouco depois, queixando-se da apatia de González para com a corrupção. Foi Garzón quem liderou a investigação do caso GAL (comandos anti- ETA ), que muita influência teria na derrota do PSOE nas eleições de 1996. Em 2003 investigou as contas no estrangeiro, por alegada lavagem de dinheiro, do segundo maior banco espanhol, o BBVA. Também investigou Gil y Gil, o corrupto presidente do Atlético de Madrid e do município de Marbella.
Os seus adversários acusam-no de estar mais preocupado com o impacto público das suas decisões que com a regular aplicação da justiça, e que por isso as suas me didas são precipitadas e os meios exagerados.
Há menos de um mês, Garzón sofreu uma derrota - a pressão política do PP, acusando-o de abusar das suas competências, fez com que abandonasse um processo relacionado com os atentados terroristas de 11 de Março em Madrid.