Von der Leyen avisa que bloqueio de Itália à exportação de vacinas "não foi caso isolado"
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, avisou esta segunda-feira que outros países poderão seguir o exemplo da Itália e bloquear as exportações de vacinas da covid-19 e disse esperar um reforço na entrega pelas farmacêuticas no segundo semestre.
O caso do bloqueio da exportação de 250 000 doses da vacina para a Austrália pelo Governo italiano "não foi um caso isolado", disse Ursula von der Leyen, numa entrevista a um diário alemão.
Roma invocou, na quinta-feira, a escassez de doses na União Europeia (UE) e uma situação não urgente na Austrália como argumento para a decisão de não autorizar a exportação de um lote de 250 mil doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca/Oxford e que tinham sido produzidas com essa finalidade numa fábrica da farmacêutica em Itália.
Numa outra entrevista a outro jornal alemão, Von der Leyen, salientou esperar que quase 100 milhões de doses por mês da vacina da covid-19 sejam entregues no segundo trimestre na UE, onde os programas de imunização estão a decorrer a um ritmo muito lento.
"Esperamos uma média de quase 100 milhões de doses por mês no segundo trimestre e um total de 300 milhões até ao final de junho", sublinhou Ursula von der Leyen.
A presidente da Comissão salientou esperar que 50 milhões de doses sejam entregues ainda em março, sendo que até agora a UE - com uma população de quase 748 milhões de habitantes - recebeu apenas 51,5 milhões de doses de vacinas desde o final de dezembro.