Variante Delta tem uma prevalência de 92,3% no Algarve

O relatório de monitorização das "linhas vermelhas" para a covid-19 mostra o agravamento da pandemia em Portugal, com Lisboa e Vale do Tejo a ter 62% do total de internamentos em unidades de cuidados intensivos.

A variante Delta, associada à Índia, representa uma frequência relativa de 69,5% dos casos em Portugal, tendo em conta a sequenciação genética para a semana de 14 a 20 de junho. É a variante dominante no nosso país, sendo que o Algarve é a região onde se regista a maior prevalência, 92,3%, para o mesmo período, indica relatório de monitorização das linhas vermelhas para a covid-19.

Já na região Centro, a prevalência desta variante é de 85,7%, em Lisboa e Vale do Tejo, o valor situa-se nos 84,7%, no Alentejo chega aos 70,8% e no Norte é de 49%. Nos Açores é de 4,4% e na Madeira de 22,7%, sendo que nas regiões autónomas os dados são referentes a duas semanas, a de 14 a 20 de junho e a anterior.

"A frequência estimada para a semana 25 (21 a 27 de junho), baseada na deteção do gene "S" por análise PCR, foi de 85% em Portugal continental. Apesar de menos exato do que o valor obtido por sequenciação genética, este último valor indica também a manutenção da tendência crescente da frequência da variante Delta nos casos em Portugal.

Na análise por regiões da variante Delta (B.1.617.2), o relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), refere, no entanto, que "é de esperar a existência de algumas flutuações nas frequências apresentadas na medida em que ainda estão a ser apurados dados relativos a este período".

Portugal pode atingir 240 casos por 100 mil habitantes dentro de seis dias

O relatório mostra o agravamento da pandemia, com uma incidência cumulativa a 14 dias a subir, situando-se nos 200 casos por 100 000 habitantes, à data de 30 de junho. Um valor que deve atingir, a nível nacional, 240 casos nos próximos seis dias, caso a tendência crescente se mantenha.

"Este limiar já foi ultrapassado em Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve", ou seja, o dobro da linha vermelha que foi definida em 120 casos.

O grupo etário com incidência cumulativa de infeções a 14 dias mais elevada correspondeu às pessoas entre 20 aos 29 anos, com 427 casos por 100 mil habitantes.

Em relação ao índice de transmissibilidade, R(t), na semana de 23 a 27 de junho foi de 1,16 a nível nacional e de 1,17 no continente. "Observou-se um valor de R(t) superior a 1 em todas as regiões do continente, indicando uma tendência crescente da incidência de infeção por SARS-CoV-2 / COVID -19", lê-se no documento.

Estes valores agravam-se no Algarve, que apresenta um R(t) de 1,28, e no Centro, com este indicador a situar-se em 1,24.

Os dados do DGS e o INSA indicam que o "número diário de internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente revelou uma tendência crescente, correspondendo a 47 %" do limite definido como crítico de 245 camas ocupadas. Uma situação que tem vindo a registar uma tendência crescente no último mês.

A 30 de junho, estavam nos cuidados intensivos 113 doentes, a maioria na faixa etária entre os 40 e os 59 anos, adianta ainda o relatório, que considera que, no último mês, o aumento da atividade epidémica tem "condicionado um aumento gradual na pressão dos cuidados de saúde, em especial na ocupação dos cuidados intensivos".

Lisboa e Vale do Tejo, "com 71 doentes internados" em situação grave, "representa 62% do total de casos em UCI, e corresponde a 86% do limite regional de 83 camas em UCI definido no relatório 'Linhas vermelhas'", refere a DGS e o INSA.

Ao nível nacional, a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 3,2%, quando na semana anterior tinha sido de 2,3%, valor que se mantém abaixo, mas agora mais próximo, do limiar definido de 4%.

O relatório refere também que se verificou um aumento do número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias, somando um total de 390 241 despistes do vírus.

Com Lusa

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