Um em cada quatro candidatos a técnicos de emergência pré-hospitalar não terminaram curso
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Um em cada quatro candidatos a técnicos de emergência pré-hospitalar não terminaram curso

Durante o período experimental verificaram-se 11 desistências e 39 não aprovações, o que significa que chegam ao fim do período experimental com aprovação 150 candidatos.
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Um em cada quatro dos 200 candidatos a técnicos de emergência pré-hospitalar do INEM no primeiro concurso deste ano não concluíram a formação, alguns dos quais já recorreram a advogados para contestar a eliminação.

Segundo dados do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), durante o período experimental verificaram-se 11 desistências e 39 não aprovações, o que significa que chegam ao fim do período experimental com aprovação 150 candidatos.

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Este curso tem sido alvo de várias críticas dos formandos. Alguns estão a ser apoiados pelo departamento jurídico do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) e outros recorreram a advogados de forma particular.

Entre as várias alegações está o facto de considerarem a avaliação incoerente e desigual entre as várias delegações e as alegadas desigualdades nas condições de formação, com disparidade entre as turmas que fizeram a formação presencial e as que a fizeram em formato remoto, além de considerarem terem recebido respostas “sem fundamentação técnica” aos pedidos de revisão das avaliações.

Alguns formandos queixaram-se das instalações em que foram colocados aquando da formação na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, apontando alojamentos sem condições de higiene, com colchões com bolor, falta de ventilação, casas de banho imundas, gastos extra para alimentação, por falta de oferta perto do alojamento, além da distância a que estavam do local de formação.

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Questionado pela Lusa, o INEM disse que a grande maioria dos formandos não manifestaram, até agora, qualquer motivo de descontentamento e que os poucos formandos que foram deslocados ficaram alojados em hotéis, com exceção do Porto, em que ficaram “nas camaratas dos militares do Regimento de Transmissões do Porto”.

Apesar das reclamações em relação a este alojamento, o INEM diz que eram instalações “perfeitamente adequadas para os militares”.

Segundo o INEM, as instalações estavam a quatro quilómetros do local da formação (Faculdade de Medicina da Faculdade do Porto), mas os formandos lembram que a oferta de transportes públicos era fraca, se tivessem de ir a pé demoravam cerca de uma hora e que só com a ajuda dos colegas do Porto (a quem pediram boleia) conseguiam estar a horas na formação.

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Sobre a falta de opções de alimentação, o INEM responde que havia opções a 15 minutos, uma informação que os formandos contrapõem dizendo que havia apenas um pequeno supermercado e que outras opções só 20 a 30 minutos a pé.

Questionado sobre quantas reclamações recebeu, o INEM disse que, sobre o funcionamento do curso, houve apenas registo de duas e que recebeu outras 18 reclamações “no âmbito da audiência dos interessados ou sobre o processo de recrutamento”.

Acrescentou que está ainda a decorrer o prazo para alegações relativamente a alguns dos trabalhadores e que respondeu a todas as reclamações apresentadas.

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Vários formandos contaram à Lusa que apesar de terem contestado a decisões de algumas avaliações, ainda não receberam resposta do INEM.

Aliás, apesar do período experimental já ter terminado, alguns formandos, que chumbaram em módulos considerados eliminatórios, ainda não receberam notificação formal de despedimento do INEM.

Contactado pela Lusa, o presidente do STEPH, Rui Lázaro, disse que o sindicato está a dar apoio jurídico a 10 formandos.

“Alguns dos nossos sócios, que alegadamente teriam reprovado no último módulo, o conselho do nosso departamento jurídico foi para se continuarem a apresentar na delegação para cumprir o horário”, acrescentou, dando exemplo de alguns elementos do Algarve que estão a cumprir horário e não lhes dão nada para fazer.

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