O secretário-geral da UGT, Mário Mourão
O secretário-geral da UGT, Mário MourãoMANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Governo e UGT ainda sem acordo na lei laboral

"Há mesmo muita pedra dura para partir", disse o secretário-geral Mário Mourão no final da reunião com a ministra do Trabalho.
Publicado a
Atualizado a

Foram quase três horas de reunião para, no final, continuar a não haver acordo entre o Governo e a UGT sobre as mexidas à lei laboral. À saída do encontro no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Mário Mourão disse que o Governo mostrou “maior abertura” nas negociações. Isto “independentemente dos processos que estão a decorrer”, como a greve geral de 11 de dezembro (convocada em conjunto com a CGTP), cujo pré-aviso será entregue esta quinta-feira (20 de novembro).

Questionado sobre quais as áreas onde houve essa “maior abertura”, o secretário-geral da UGT não as revelou. “Fomos adiantando alguns pontos fraturantes para a UGT, e o Governo pôs os deles. No final, a conclusão foi a de que, se trabalharmos, pode ser que nos aproximemos. Mas há muita pedra dura para partir”, rematou.

Já a ministra, Maria do Rosário Palma Ramalho, anunciou que dará tempo à UGT para “analisar” o anteprojeto e as propostas de alteração do Governo. “Dada a importância deste dossiê, será dado à UGT o tempo suficiente para fazer essa análise”, mesmo que “pelo meio haja uma greve geral”. Garantindo ainda que “compreende” o direito à paralisação, a governante classificou-a como “extemporânea” (adjetivo que já tinha sido utilizado por Luís Montenegro, primeiro-ministro).

Ao entrar para o encontro, o secretário-geral anunciou que a central sindical iria entregar o pré-aviso de greve na quinta-feira, mas garantiu ter disponibilidade para negociar.

"Amanhã [quinta-feira] vamos fazer aqui a entrega de pré-aviso de greve, com os dirigentes dos nossos sindicatos e até ao dia 11 [de dezembro] e depois no dia 12 [de dezembro] estaremos disponíveis logo para nos sentar à mesa", referiu.

O secretário-geral da UGT, Mário Mourão
André Ventura considera que UGT está a ser “fortemente manipulada pelo PS”

Ainda antes do encontro, Mário Mourão falou sobre a nova proposta enviada pelo Governo à UGT e disse que o documento "mantém algumas medidas" e acrescenta outras que "são piores" do que a proposta inicialmente apresentada.

O responsável diz ter "a expectativa" de que na reunião desta quarta-feira "haja novas medidas" da parte do Governo e que a ministra "tenha sido sensível" às reivindicações da central sindical "e que esteja disponível a alterar" a proposta.

Mário Mourão recusou ainda adiantar quais são as 'linhas vermelhas' da UGT sobre as alterações à lei laboral, argumentando que "isso limita a negociação". "A devido tempo serão postas", acrescentou.

O secretário-geral da UGT, Mário Mourão
UGT admite responder à ausência de mudanças do Governo com “dois dias de greve”

Após o anúncio da greve geral, o Ministério do Trabalho entregou à UGT uma nova proposta, com algumas alterações ao anteprojeto apresentado em julho, mas que a central sindical diz ser "muito pouco" para desconvocar a paralisação.

No documento, noticiado em primeira mão pelo Público, o Governo cede em matérias como a simplificação dos despedimentos em médias empresas ou a redução do número de horas de formação obrigatórias nas microempresas, abre a porta à reposição dos três dias de férias ligados à assiduidade abolidos na 'troika', entre outras, mas mantém algumas medidas bastantes criticadas pelas centrais sindicais, como regresso do banco de horas individual ou a revogação da norma que prevê restrições ao 'outsourcing' em caso de despedimento.

Com Lusa

O secretário-geral da UGT, Mário Mourão
Marcelo considera que há tempo para se acertar pontos de vista sobre lei laboral mesmo depois da greve

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt