O tribunal de Vila Nova de Gaia absolveu esta sexta-feira um ex-diretor e quatro antigas funcionárias da Aldeia SOS de Gulpilhares, naquele concelho, da acusação de maus-tratos a menores à guarda da instituição. A própria Associação Aldeias SOS, também ela arguida no processo, foi consequentemente absolvida..Só uma pequena parte dos factos levados pela acusação a tribunal foi dada como assente, mas o tribunal entendeu que constituíam apenas injúrias ou ofensas à integridade física, que não puderam ser consideradas em sede criminal por ausência de queixa..O julgamento iniciou-se há cerca de um ano, a produção de prova decorreu à porta fechada e a leitura do acórdão foi várias vezes adiada..Na acusação, o Ministério Público (MP) defendia que foram aplicados "castigos físicos" a "diversas crianças e jovens" da Aldeia SOS, entre 2013 e 2015..Em causa estariam insultos, ações de humilhação e até agressões como "sapatadas, agarrões e puxões de orelhas"..Para o MP, os crimes agora dados como não provados seriam muitas vezes cometidos contra os utentes mais frágeis, frequentemente crianças e jovens de minorias étnicas ou que demonstravam "tendências homossexuais"..A acusação do MP foi validada em outubro de 2019 pelo Tribunal de Instrução Criminal do Porto..O lar tem acordo de cooperação com a Segurança Social, acolhendo crianças e jovens em situação de perigo e sem adequada retaguarda familiar..A Associação Aldeias SOS demarcou-se sempre dos factos em causa, mesmo antes do julgamento..O secretário-geral da Associação Aldeias de Crianças SOS, Luís Cardoso Meneses, avançou, por sua vez, que as cinco pessoas visadas no processo foram dispensadas da instituição em 2015, quando a Direção das Aldeias SOS teve conhecimento do caso..A Associação Aldeias SOS opera em Portugal há mais de 50 anos e já apoiou mais de 500 crianças.