Transplantes de útero podem vir a ser alternativa para mulheres inférteis

A operação que ainda só foi bem-sucedida na Suécia vai começar a ser experimentada nos EUA
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Um dos principais hospitais norte-americanos, a Cleveland Clinic, vai começar a oferecer a mulheres inférteis a opção de fazerem um transplante de útero, uma cirurgia delicada e que, embora já tenha funcionado na Suécia, permanece numa fase bastante experimental.

Nos próximos meses, as primeiras dez mulheres vão receber transplantes uterinos, no primeiro estudo clínico deste género a ser realizado nos Estados Unidos.

O primeiro transplante de útero a resultar no nascimento bem-sucedido de uma criança teve lugar em setembro de 2014, em Gotemburgo, na Suécia, e seguiram-se mais três. Posteriormente, experiências feitas na Turquia e na Arábia Saudita não resultaram.

Agora, a Cleveland Clinic vai começar os primeiros estudos clínicos nos Estados Unidos para este tipo de transplante como opção para as mulheres que são inférteis por terem nascido sem útero, por terem tido que o retirar ou por terem um útero que não é saudável. Os transplantes, feitos com órgãos provenientes de cadáveres, são temporários, sendo retirados após o nascimento de uma ou duas crianças, segundo explicou a Cleveland Clinic em comunicado.

O transplante de útero é uma opção complicada porque a rejeição deste órgão é difícil, e porque se trata de um órgão que não é frequentemente extraído de dadores de órgãos. Numa grande reportagem do jornal norte-americano New York Times sobre o tratamento da Cleveland Clinic, a extração de um útero é descrita como "uma dissecção delicada".

Existem poucas possibilidades, atualmente, para mulheres que queiram ser mãos mas sofram de infertilidade devido a problemas com o útero, além da adoção. O aperfeiçoamento do transplante de útero ofereceria uma alternativa essencial para essas pessoas.

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