Suspeito de triplo homicídio fica em prisão preventiva. Juíza pede avaliação psiquátrica

Suspeito de triplo homicídio fica em prisão preventiva. Juíza pede avaliação psiquátrica

Advogado do suspeito disse que Fernando Silva, de 33 anos, padece de uma doença mental. Sobre a fuga do seu cliente, alegou que “se ele não fugisse era executado”.
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O suspeito do triplo homicídio numa barbearia no Bairro do Vale, na Penha de França, foi colocado em prisão preventiva após ter começado a ser ouvido por um juiz de instrução criminal, no Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa.

Em declarações aos jornalistas, o advogado do suspeito disse que Fernando Silva, de 33 anos, padece de uma doença mental. “Sei que ele está doente. É do conhecimento público que ele andava no Hospital Júlio de Matos”, afirmou Luís Candeias.

Sobre a fuga do seu cliente, o advogado alegou que “se ele não fugisse era executado” e afirmou que foi “Nando” quem tomou a decisão de se entregar à Polícia Judiciária, autoridade à qual terá confessado o triplo homicídio. 

A juíza de instrução criminal referiu que o arguido poderá sofrer de problemas psiquiátricos, devendo ser submetido a avaliação.

No despacho judicial, a que a agência Lusa teve acesso, a juíza, além de aplicar a medida de coação de prisão preventiva, atenta à "forte indiciação dos factos imputados ao arguido e a sua gravidade", solicita que o arguido seja conduzido ao estabelecimento prisional, com indicação de que "poderá sofrer de problemas psiquiátricos" e que deve ser feita uma "avaliação da situação psiquiátrica".

A juíza indica ainda no despacho que é imputado ao arguido a autoria material de três crimes de homicídio qualificado agravado, um crime de homicídio qualificado agravado na forma tentada e um crime de detenção de arma proibida, considerando ser "muito séria a possibilidade" de o arguido vir a ser condenado por aqueles crimes.

Segundo relatou à Lusa fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP), em 2 de outubro, três pessoas morreram na sequência de um tiroteio, tendo o suspeito dos disparos fugido em direção à estação de Santa Apolónia.

A mesma fonte disse que, pelas 13:25, a PSP recebeu a informação de que haveria disparos na Rua Henrique Barrilaro Ruas e acionou meios para irem ao local.

"Quando chegámos, verificámos três indivíduos baleados sem sinais vitais", afirmou.

Uma fonte da PJ confirmou à Lusa que o crime ocorreu numa barbearia, que as três vítimas foram mortas com recurso a arma de fogo e que as equipas de investigação criminal no local já tinham recolhido "vários testemunhos".

As vítimas dos disparos foram o proprietário da barbearia, de 43 anos, que deixa cinco filhos, e um casal, de 34 e 36 anos, residente na zona de Alenquer, que na altura se encontrava junto ao estabelecimento.

A mulher tinha dois filhos e encontrava-se grávida de um terceiro.

Uma fonte da PSP informou que horas depois, já de noite, arderam duas viaturas na Rua Henrique Barrilaro Ruas.

Segundo a estação televisiva SIC, a rua teve de ser evacuada e o acesso à área cortado devido às explosões das viaturas, que acabaram por arder por completo, sem causar feridos, e os veículos incendiados pertenceriam à família do suspeito do triplo homicídio.

"No decurso do sentimento de insegurança e revolta, vivido nos últimos dias, no Bairro do Vale, a Polícia Judiciária contou, desde a ocorrência dos factos, com o apoio da Polícia de Segurança Pública para a reposição da segurança urbana", salienta-se na nota divulgada.

O suspeito, morador no bairro da freguesia da Penha de França e com historial de desavenças com a vizinhança, fugiu com o pai e o irmão, e refugiou-se num bairro do Pinhal Novo, onde foi localizado e cercado pela polícia, acabando por se entregar com a ajuda de familiares.

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