Área ardida este ano já é oito vezes superior à do mesmo período de 2024. Fogos já consumiram 42 mil hectares

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Área ardida este ano já é oito vezes superior à do mesmo período de 2024. Fogos já consumiram 42 mil hectares
PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA

Incêndios já consumiram quase 42 mil hectares: 8 vezes mais que em 2024

Os incêndios florestais já consumiram este ano quase 42 mil hectares, oito vezes mais que no mesmo período de 2024 e o valor mais elevado desde 2022, segundo o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR).

As estatísticas do SGIFR, da responsabilidade da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), dão conta que desde 1 de janeiro registaram-se 5.211 incêndios que provocaram 41.644 hectares de área ardida.

O portal do SGIFR avança que 72% da área ardida e 53% dos fogos deste ano verificaram-se na região Norte, onde os incêndios têm ocorrido com mais intensidade na última semana nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real e Porto.

Segundo o portal, mais de metade da área foi consumida pelas chamas desde 26 de julho.

Em comparação com o mesmo período de 2024, o número de incêndios quase duplicou este ano e a área ardida é oito vezes maior. Em 2024, até 05 de agosto tinham ardido 4.671 hectares e este ano ardeu 41.644 hectares.

No entanto, o total da área ardida em 2024 foi de 147.000 hectares, dos quais 135.000 arderam em apenas seis dias, nos fogos de setembro.

Na última década, os números da área ardida, referentes a 05 de agosto, só tinham sido superiores em 2017 (147.953) e em 2022 (62.734).

Lusa

Autarca de Vila Real aponta para "danos irreparáveis"

O presidente da Câmara de Vila Real disse hoje que a área ardida é já “particularmente significava” em consequência do incêndio que lavra desde sábado e atingiu o Parque Natural do Alvão, salientando que os “danos são irreparáveis”.

Alexandre Favaios disse que, neste momento, o foco está em combater o incêndio e defender as aldeias e as populações e que a avaliação dos prejuízos será feita num momento posterior.

“De facto, temos uma área ardida particularmente significativa, felizmente não temos casas, não temos habitações nem qualquer estrutura física que tenha sido danificada”, referiu, adiantado ainda que se verifica “também algum prejuízo” na produção agrícola.

O incêndio teve início às 23:45 de sábado, em Sirarelhos, Vila Real, serpenteou a serra e entrou, no domingo, na área do concelho de Mondim de Basto, atingindo área do Parque Natural do Alvão.

“Os danos são irreparáveis. Vai demorar muitos anos a termos restabelecido aquilo que era esta beleza, esta paisagem única, esta biodiversidade, e isso apenas nos permite também fazer um apelo adicional que é: as autoridades competentes que investiguem, que avaliem e que levem aqueles que são responsáveis à justiça e que os punam de forma exemplar”, afirmou Alexandre Favaios.

Só no sábado houve três ignições com início no concelho de Vila Real - São Cibrão, Arrabães-Torgueda e Sirarelhos - e, por volta das 00:30, na aldeia de Lamas de Olo surgiu um novo foco de incêndio que, segundo Alexandre Favaios, “felizmente foi resolvido”.

Alexandre Favaios tem apelado a um reforço de meios no terreno, para “que sejam de alguma forma renovados, para permitir realmente ter uma estrutura robusta que ponha fim a este “flagelo” e a “este ataque ao território”.

Durante a tarde, no combate, consolidação, rescaldo e vigilância vão permanecer 575 operacionais, dos quais 363 são bombeiros, 189 veículos e seis meios aéreos.

O autarca fez questão de deixar um agradecimento às populações, conselhos diretivos e às juntas de freguesia “pelo inúmero trabalho que foi complementar à força robusta que esteve no terreno a combater este incêndio”.

Associação de pirotecnia ameaça Governo com pedido de indemnização

A Associação Nacional de Empresas de Produtos Explosivos (ANEPE) contestou em carta à ministra da Administração Interna a restrição ao uso de fogo de artificio durante a situação de alerta, ameaçando com pedidos de indemnização por prejuízos causados.

Na carta dirigida a Maria Lúcia Amaral, hoje tornada pública, a ANEPE manifesta “a sua firme e inequívoca oposição” à decisão, considerando-a “manifestamente restritiva, desproporcionada, tecnicamente infundada e juridicamente insustentável”.

Lamentando a falta de diálogo institucional e face à ausência de uma “concertação prévia” e os “impactos gravosos” que a decisão de restringir o uso de pirotecnia provocou ao setor, a ANEPE pede, “com caráter de urgência” que lhe seja comunicado “quais os apoios, compensações ou medidas de mitigação que o Governo se propõe implementar”.

“Mais se adverte que, na ausência de qualquer esforço por parte desse Ministério para dialogar, esclarecer tecnicamente a matéria ou encontrar soluções viáveis, nos reservamos o direito de reclamar, pelos meios próprios, a devida indemnização por todos os prejuízos patrimoniais e não patrimoniais causados às empresas representadas, nos termos da responsabilidade civil extracontratual do Estado e da Administração Pública”, ameaça a associação.

A ANEPE reitera “o pedido de audiência urgente” à ministra, esperando “desta feita, uma resposta institucional célere e compatível com os princípios da legalidade, da proporcionalidade e do dever de audição dos interessados”.

Segundo noticiou hoje o Jornal de Notícias, outra associação representativa do setor, a Associação Portuguesa dos Industriais de Pirotecnia e Explosivos (APIPE), estimou em dois milhões de euros o prejuízo causado aos seus associados nos cinco dias em que vigora a situação de alerta no país.

A associação defende que o texto do despacho que declarou a situação de alerta desde domingo e até quinta-feira devido ao risco elevado de incêndio se limita a reproduzir despachos anteriores, mostrando “um desalinhamento grave entre a decisão administrativa e o quadro legal aplicável”.

A ANEPE sublinha que o regime jurídico que regula o uso de pirotecnia já contempla “exigências rigorosas” no que diz respeito “à distância mínima de zonas florestais, bem como à presença obrigatória de meios de prevenção e combate a incêndios” e acrescenta que o trabalho colaborativo da associação com a Universidade de Coimbra demonstra “de forma cabal a inexistência de uma correlação direta entre a realização de espetáculos pirotécnicos devidamente licenciados e a ocorrência de incêndios florestais”.

"Condições extremas" na Península Ibérica aumentam risco esta semana

A Península Ibérica, o sul de França, a costa mediterrânica, a Bulgária, a Roménia, e a zona costeira do leste do Reino Unido enfrentam nos próximos sete dias "condições extremas" que aumentam o risco de incêndios, foi hoje divulgado.

O alerta consta do Índice Climático de Incêndios entre hoje e 12 de agosto, divulgado hoje pelo Sistema de Informação sobre Incêndios Florestais, dependente do Serviço de Gestão de Emergência Copernicus.

Segundo o documento, citado pela agência noticiosa espanhola EFE, desde o início do ano foram detetados um total de 1.478 incêndios no território da União Europeia, mais 448 do que no mesmo período de 2024.

A área ardida este ano aumentou também de 164.967 para 353.862 hectares.

Detido homem de 52 anos por incêndio florestal em Amares

A Polícia Judiciária deteve fora de flagrante delito o presumível autor de um crime de incêndio florestal, ocorrido esta segunda-feira à tarde numa freguesia do concelho de Amares.

"Após comunicação pela GNR de Amares, a PJ encetou ações de investigação e de recolha de prova no local, as quais vieram a resultar na identificação e detenção do suspeito. O incêndio foi detetado ainda numa fase inicial por um residente da zona, sendo combatido pelos Bombeiros Voluntários de Amares", refere uma nota enviada às redações.

Caso não tivesse sido extinto, o fogo "rapidamente alastraria a habitações próximas e restante edificado ali existente e arvoredo das zonas adjacentes".

O detido, de 52 anos, será esta terça-feira presente à autoridade judiciária competente para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação.

PJ detém incendiário de Águeda

A Polícia Judiciária identificou e deteve, fora de flagrante delito, o presumível autor de um incêndio florestal ocorrido na tarde do passado domingo, dia 3 de agosto, na freguesia de Belazaima do Chão, concelho de Águeda.

"Ao que a investigação apurou o modus operandi consistiu no recurso a chama direta, para dar inicio ao incêndio em zona com bastante vegetação rasteira e seca, inserida em mancha florestal de elevada dimensão, existindo ainda nas imediações diversas habitações e outras edificações", pode ler-se num comunicado enviado às redações.

"O incêndio só não assumiu proporções de maior gravidade porque foi detetado perto do seu inicio e dado o alerta de imediato, o que permitiu um combate rápido e eficaz", acrescenta a nota.

Ainda não foi possível "determinar qualquer motivação racional ou explicação plausível para a prática dos factos em investigação, sendo a atuação alicerçada num possível quadro de alcoolismo e uma forte compulsividade para a prática deste tipo de crime".

O detido, de 37 anos, tem antecedentes criminais pelo mesmo tipo de crime, tendo já cumprido duas penas de prisão efetiva.

Será presente às autoridades judiciárias, na comarca de Aveiro, para primeiro interrogatório judicial de arguido detido e aplicação das medidas de coação.

Detido em flagrante delito homem de 43 anos por incêndio florestal em Chaves

O Posto Territorial de Chaves da Guarda Nacional Republicana (GNR) deteve em flagrante delito um homem de 43 anos pelo crime de incêndio florestal, na localidade de Faiões, no concelho de Chaves.

"A detenção ocorreu na sequência de um incêndio florestal, que deflagrou naquele concelho, tendo os militares da Guarda desenvolvido diligências policiais que permitiram apurar que o incêndio teve origem numa queima para derreter fios de cobre", indica um comunicado enviado às redações.

Além da detenção, as autoridades apreenderam um isqueiro e 50 metros de cobre.

O detido foi constituído arguido.

Seis meios aéreos reforçam combate em Vila Real, onde há uma frente ativa

O incêndio que lavra desde sábado em Vila Real tem esta terça-feira uma frente ativa, mantendo-se nas operações de combate, consolidação e rescaldo 548 operacionais, estando prevista a atuação de seis meios aéreos, disse o comandante das operações.

“Neste momento temos uma frente ativa, todas as outras frentes estão dominados, embora com trabalhos de consolidação e rescaldo bastante demorados, com necessidade de arrefecimento o que significa eu o trabalho não acabou, aliás temos muito trabalho pela frente”, afirmou Miguel David, Comandante das Operações de Socorro (COS), pelas 08:00.

Mantêm-se neste teatro de operações, segundo o responsável, 548 operacionais, 178 veículos, seis máquinas de rasto, ainda tudo a trabalho.

“E temos já previsto o empenhamento de seis meios aéreos a partir do momento em que estes possam operar para auxiliar nas operações de arrefecimento”, afirmou Miguel David.

A frente ativa está na serra do Alvão, entre Galegos da Serra e Arnal.

Este incêndio deflagrou pelas 23:45 de sábado, em Sirarelhos, Vila Real, e, no domingo, estendeu-se ao concelho de Mondim de Basto.

Acompanhe aqui as principais incidências relacionadas com os incêndios em Portugal

Bom dia!

Acompanhe aqui as principais incidências desta terça-feira, 5 de agosto, relacionadas com os incêndios em Portugal.

Portugal continental, recorde-se, está desde domingo em situação de alerta devido ao elevado risco de incêndio, uma situação que se manterá, pelo menos, até quinta-feira.

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