As prova finais do 9.º ano vão realizar-se este ano em papel para garantir equidade a todos os alunos, enquanto as provas de aferição continuam a ser realizadas em formato digital, anunciou esta quinta-feira o Governo. O Ministério da Educação, Ciência e Inovação reforça que esta solução é excecional e transitória..Em comunicado, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação diz que o governo anterior não assegurou às escolas as condições necessárias para a realização das Provas Nacionais do 9.º ano em formato digital, como estava previsto..Por isso, estes exames serão realizados este ano, excecionalmente, em formato papel..Já as provas de aferição, continuam a ser realizadas em formato digital, "reafirmando o compromisso do atual Governo com a transição digital"..O novo Governo reuniu esta segunda-feira com o Conselho das Escolas, a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) e a Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) para avaliar as condições existentes nas escolas para a realização das provas de aferição e provas finais do 9º ano em formato digital..Os diretores escolares transmitiram ao Ministério da Educação, Ciência e Inovação a sua preocupação quanto à falta de garantia de equidade para os alunos, situação que é ainda mais preocupante para a realização das provas do 9º ano que têm efeitos na avaliação final..O Ministério consultou ainda o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), Júri Nacional de Exames (JNE), Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) e Editorial do Ministério da Educação e Ciência (EMEC) para tomar a sua decisão. Segundo dados da DGEstE, 13.639 alunos do 9.º ano não receberam o Kit digital (portátil, pen de dados e acessórios)..A decisão do Ministério foi tomada com base em três critérios. Em primeiro lugar, o Ministério afirma defender a autonomia das escolas e a sua capacidade de avaliar a ausência de condições adequadas para a realização de provas em formato digital..Em segundo lugar, definiu a equidade "como eixo prioritário da sua política educativa", e por isso, considera que é necessário garantir que todos os alunos realizam as provas em condições de equidade, não podendo o Ministério ignorar os riscos de penalização dos alunos de contextos mais desfavorecidos..Finalmente, o Governo "acredita na importância da avaliação como ferramenta imprescindível de diagnóstico, monitorização e melhoria contínua do sistema educativo, sabendo que o seu valor e credibilidade da avaliação dependem de uma aplicação em contexto de serenidade, previsibilidade e ausência de perturbações externas que prejudiquem o desempenho dos alunos"..O Ministério reforça que esta é uma solução transitória e excecional e que irá apresentar no próximo ano letivo "um conjunto de medidas para que todos os alunos tenham oportunidades para, em tempo, se familiarizarem com as tecnologias e desenvolverem as capacidades necessárias para a realização das suas avaliações em formato digital". Segundo o Governo, este trabalho será feito em articulação com as escolas e as autarquias.