Professores da "Missão Escola Pública" responderam à carta do ministro agradecendo a recuperação do tempo de serviço, mas lembrando que são precisas outras medidas, como aumentos salariais ou uma maior responsabilização dos alunos na sala de aula..O ministro da Educação, Ciência e Inovação (MECI), Fernando Alexandre, vai receber esta quarta-feira uma carta em resposta à que enviou, na segunda-feira, aos professores em vésperas de mais um ano letivo, que começa esta semana.."Há este ano nas escolas em que lecionamos um clima de menor tristeza, um pico que não chega a ser alegria porque há ainda muitas farpas espetadas no coração da Escola Pública", lê-se na carta enviada esta quarta-feira para o ministério..Na carta, os professores agradecem o início da recuperação do tempo de serviço congelado, que veio dar "algum alento e esperança a uma classe maltratada e socialmente menorizada", mas entendem que a medida - que já se começou a sentir no salário de muitos docentes - "não é suficiente"..A Missão Escola Pública lembra que faltam professores e há uma diminuição dos conhecimentos dos alunos, e defende que é preciso atrair professores, sendo por isso "necessário pagar-lhes um justo salário compatível com o nível de responsabilidade e papel que desempenham na formação das novas gerações"..Além disso, entendem que é preciso rever o modelo de progressão na carreira, reduzir o trabalho burocrático e alterar o Estatuto do Aluno..Para os docentes, o Estatuto do Aluno tem de aumentar a responsabilidade de alunos e encarregados de educação, de forma a tentar diminuir a indisciplina nas salas de aula e a fortalecer a imagem dos professores..Na carta, defendem também uma alteração do Regime de Autonomia, Administração e Gestão Escolar e a revisão do diploma que estabelece o regime jurídico da educação inclusiva.