Segundo pior dia em mortes e novos casos desde o início da pandemia

É o segundo dia com mais casos e mortes desde início da pandemia. Dados da DGS indicam que estão hospitalizados 3333 doentes com covid-19, dos quais 514 em unidades de cuidados intensivos.
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Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais 95 mortes e 9927 casos de covid-19, segundo os dados do boletim epidemiológico da Direção-geral da Saúde (DGS) desta quinta-feira (7 de janeiro).

Desde o início da pandemia estes números só foram ultrapassados uma vez: 98 mortes registadas a 11 de dezembro e ontem, seis de janeiro, quando se ultrapassou a barreira dos 10 mil novos casos (10 027).

No total, o país já confirmou 456 533 diagnósticos da doença e 7472 óbitos .

Na quarta-feira, Portugal ultrapassou pela primeira vez os 10 mil casos diários, confirmando a tendência de crescimento do número de infeções pelo novo coronavírus no país. No mesmo dia, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou a renovação do estado de emergência, por mais oito dias, até 15 de janeiro, para permitir medidas de contenção da covid-19. Justificou a medida ao afirmar que os mais recentes números da pandemia são "muito preocupantes, demonstrando a imperiosidade das medidas de emergência".

Um agravamento da situação epidemiológica que está a pressionar a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com os hospitais a atingir a linha vermelha dos planos de contingência. Segundo a DGS, os internamentos, quer em enfermarias, quer nas Unidades de Cuidados Intensivos, têm vindo a aumentar desde há uma semana.

Aliás, a ministra da Saúde, Marta Temido, enviou uma circular para a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo para suspender de imediato toda a atividade não urgente dos hospitais.

O Governo pretende assim elevar os planos de contingência para o nível máximo, uma vez que a capacidade das unidades de saúde está a atingir a linha vermelha por causa do aumento dos casos de covid-19.

Perante este cenário, especialistas ouvidos pelo DN defendem medidas severas para confinamento e avisam que a mortalidade pode agravar-se mais se os idosos não forem vacinados.

Perante o agravamento da situação epidemiológica na Europa, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou esta quinta-feira aos países europeus para reforçarem medidas de controlo de contágio pelo novo coronavírus face à "situação alarmante" provocada pela nova variante descoberta no Reino Unido.

Numa conferência de imprensa virtual, o diretor regional da organização, Hans Kluge, afirmou que a Europa está "num ponto de viragem" da pandemia, defendendo que "ciência, política, tecnologia e valores têm de formar uma frente unida para fazer recuar este persistente e elusivo vírus".

"Durante algum tempo, vamos ter de fazer mais do que temos feito e intensificar as medidas sociais e de saúde pública. São as medidas básicas com as quais estamos todos familiarizados que precisam de ser identificadas para reduzir a transmissão do vírus e reduzir a pressão sobre os hospitais", declarou.

Trata-se de "uso generalizado de máscaras, limitação do número de pessoas em ajuntamentos, distância física", além do aumento do número de pessoas vacinadas, a par do reforço de testagem, enumerou o responsável da OMS.

A nova variante do SARS-CoV-2 detetada no Reino Unido é "causa para alarme" por causa da sua maior capacidade contagiante. "Sem um aumento de controlo para reduzir o ritmo [de novos contágios] haverá mais impacto nas instalações de saúde que já estão sob pressão", salientou Hans Kluge.

A covid-19 já matou pelo menos 1 884 187 pessoas no mundo desde o início da pandemia, em dezembro de 2019, segundo o levantamento realizado esta quinta-feira pela agência de notícias AFP, baseado em fontes oficiais.

Mais de 87 162 540 casos de infeção pelo SARS-CoV-2 foram oficialmente diagnosticados desde o início da epidemia, dos quais pelo menos 54 233 100 pessoas já foram consideradas curadas.

Os Estados Unidos são o país mais afetado em termos de mortes e casos, com 361 297 mortes para 21 305 323 casos, segundo os dados divulgados pela Universidade Johns Hopkins.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Brasil com 198 974 mortes e 7 873 830 casos, a Índia com 150 336 óbitos (10 395 278 casos), o México com 129 987 mortes (1 479 835 casos) e o Reino Unido com 77 346 óbitos (2 836 801 casos).

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