Portugal registou 264 mortes em excesso entre 26 e 30 de julho de 2025, na sequência do calor extremo que afeta o território continental desde 25 de julho, segundo estimativas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), adianta a Direção-Geral da Saúde em comunicado. Este número representa um aumento de 21,2% face à mortalidade esperada para este período, com especial incidência na população com 75 ou mais anos e na região Norte do país.A situação, alerta a DGS, é agravada pela previsão do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que aponta para uma nova subida acentuada das temperaturas nos próximos dias, sobretudo a partir de 2 e 3 de agosto, com máximas que poderão atingir ou ultrapassar os 40°C em várias regiões.O comunicado refere ainda que o índice ÍCARO, desenvolvido pelo INSA para medir o impacto da temperatura na mortalidade, antecipa um efeito muito significativo nas regiões Norte, Centro e Alentejo nos próximos dias.A DGS lembra que o impacto do calor extremo “faz-se sentir sobretudo entre os grupos mais vulneráveis — como idosos, pessoas com doenças crónicas, grávidas, crianças e trabalhadores ao ar livre”.Perante este cenário, a Direção-Geral da Saúde (DGS), em articulação com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), “ativou planos de contingência e reforçou a comunicação com a população para minimizar os riscos”. Ainda assim, as autoridades de saúde admitem que é esperado um novo período de excesso de mortalidade, sobretudo entre os mais velhos.Recomendações da DGS para enfrentar o calorFace à persistência de temperaturas extremas, a DGS relembra os conselhos adequados para estes dias:1. Beber água, mesmo quando não tem sede, evitando o consumo de bebidas alcoólicas; 2. Procurar permanecer em ambientes frescos ou climatizados, com sombras e circulação de ar, pelo menos 2 a 3 horas por dia; 3. Evitar a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11 e as 17 horas. Utilizar protetor solar com fator igual ou superior a 30 e renovar a sua aplicação de 2 em 2 horas e após os banhos na praia ou piscina; 4. Utilizar roupas de cor clara, leves e largas, que cubram a maior parte do corpo, chapéu e óculos de sol com proteção ultravioleta; 5. Evitar atividades no exterior que exijam grandes esforços físicos, nomeadamente, desportivas e de lazer;6. Escolher as horas de menor calor para viajar de carro, e não permanecer dentro de viaturas estacionadas e expostas ao sol; 7. Dar atenção especial a grupos mais vulneráveis ao calor, tais como crianças, pessoas idosas, doentes crónicos, grávidas, trabalhadores com atividade no exterior; 8. Assegurar que as crianças bebem água frequentemente e permanecem em ambientes frescos e arejados; as crianças com menos de 6 meses não devem estar sujeitas a exposição solar, direta ou indireta; 9. Contactar e acompanhar os idosos e outras pessoas que vivam isoladas, assegurando a sua correta hidratação e permanência em ambientes frescos e arejados; 10. Manter-se informado relativamente às condições climatéricas, para poder adotar os cuidados necessários;11. Em caso de emergência, e se apresentar sinais de alerta (tais como suores intensos, febre, vómitos/náuseas ou pulsação acelerada/fraca), contactar o SNS 24 através do número 808 24 24 24, ou ligar para número europeu de emergência 112. .Portugal precisa de rever legislação para proteção de trabalhadores do calor, defendem especialistas.Máximas até 40º C. 17 distritos sob aviso amarelo devido ao calor