Imagem de arquivo
Imagem de arquivoDR

Portugal nega acesso de veleiro russo aos portos nacionais

A Autoridade Marítima Nacional tem indeferido os pedidos do comandante para aceder aos portos nacionais em cumprimento das sanções da União Europeia contra a Rússia
Publicado a

As autoridades portuguesas têm negado o acesso aos portos nacionais de um veleiro que teve bandeira russa até junho de 2024 e intercetaram, na terça-feira, uma embarcação semirrígida com pessoas e bens que pretendiam embarcar no navio.

A Autoridade Marítima Nacional (AMN) explicou, num comunicado divulgado na noite de quarta-feira, 24 de setembro, que em cooperação com a Marinha tem monitorizado e acompanhado, desde domingo, o veleiro TS SHTANDART.

Este veleiro é uma réplica, construída em S. Petersburgo, na Rússia, no ano de 1999, por Vladimir Marcus, de nacionalidade russa e tem atualmente bandeira das Ilhas Cook.

A AMN referiu que tem indeferido os pedidos do comandante do navio para aceder aos portos nacionais, nomeadamente do Douro e de Cascais, este último no dia 22 de setembro, em cumprimento das sanções da União Europeia (UE) contra a Rússia, devido à invasão russa da Ucrânia.

A medida foi tomada "após assegurar que o navio não possuía qualquer avaria no sistema de propulsão nem de governo, bem como que toda a tripulação se encontrava bem de saúde", pode ler-se.

"A documentação recebida regista 22 pessoas de várias nacionalidades, incluindo de países terceiros a bordo do veleiro, que alterou, a 6 de junho de 2024, o estado de bandeira da Federação Russa para as ilhas Cook, no Oceano Pacífico, aplicando-se as medidas restritivas tendo em conta as ações da Rússia que desestabilizam a situação na Ucrânia definidas pelo Regulamento do Conselho da União Europeia", destacou a AMN.

O veleiro mantém-se fora do mar territorial, encontrando-se a AMN, em articulação com a Marinha, a garantir a monitorização permanente e de forma otimizada do navio, sublinhou ainda.

A mesma fonte adiantou, na mesma nota de imprensa, que o comando local da Polícia Marítima de Lagos, distrito de Faro, intercetou na terça-feira, a cerca de 6,3 quilómetros da costa, uma "embarcação semirrígida com cinco pessoas a bordo e diversos sacos estanques e malas de viagem, que alegadamente pretendiam embarcar no veleiro TS SHTANDART".

"Por não apresentar condições de segurança para navegar, bem como pelo responsável apresentar diversas versões contraditórias da situação e destino, a embarcação com quatro metros, sem pavilhão e qualquer registo ou documento, foi divergida para o porto da Baleeira em Sagres e não foi autorizada a largar do porto", detalhou a AMN.

A Polícia Marítima recolheu depois informação das pessoas embarcadas e, após contacto com o Ministério Público e de outras entidades nacionais, nomeadamente o Grupo de Guarda de Fronteiras, confirmou a legalidade dos cinco elementos em território português, pode ler-se.

A AMN divulgou ainda que a embarcação semirrígida foi hoje reclamada na Capitania do Porto de Lagos pelo proprietário, tendo o capitão autorizado a largada do porto da Baleeira para regressar ao veleiro com um tripulante a bordo, após serem garantidas as medidas de segurança necessárias e ter sido escoltada por uma Embarcação de Alta Velocidade (EAV) da Polícia Marítima.

Imagem de arquivo
Zelensky alerta para “a corrida ao armamento mais destrutiva da história”
Diário de Notícias
www.dn.pt