Polícia Municipal de Lisboa abre processo disciplinar ao agente detido pela PJ na operação "Desarme 3D"
O Comandante da Polícia Municipal de Lisboa (PML) procedeu à abertura de um processo disciplinar ao agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) detido pela Polícia Judiciária (PJ) no âmbito da operação "Desarme 3D", que levou à detenção de seis pessoas do Movimento Armilar Lusitano (MAL) por suspeitas de atividades terroristas.
Antes de integrar a PML este agente fez parte do Departamento de Armas e Explosivos, apurou o DN.
A PJ, refira-se, realizou mesmo buscas na PML. O policial suspeito terá sido detido em casa, onde se encontrava parte do material apreendido.
Numa conferência de imprensa levada a cabo esta terça-feira, 17 de junho, o diretor nacional da PJ salientou que a presença de elementos das forças de segurança em grupos radicais de extrema-direita obriga a vigilância mas não deve contaminar a perceção pública das instituições.
“Não é por existir um elemento ou outro que tenha estes indícios criminais que se possa pôr em causa as duas grandes forças de segurança” que “todos os dias de forma abnegada fazem o seu trabalho”, disse.
“O prestígio e a dignidade das pessoas que trabalham nas forças” não podem “ser todos colocados no mesmo saco”, acrescentou, recordando que confundir casos isolados com o todo “já aconteceu no passado”, numa referência ao antigo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
“Todos os dias essas mulheres e esses homens procuram aportar segurança ao nosso país”, resumiu Luís Neves.
Em comunicado emitido esta segunda-feira, a Polícia Judiciária adianta ter desencadeado uma operação para cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão (domiciliárias e não domiciliárias), que culminou na detenção de seis pessoas em flagrante delito.
No âmbito da operação "Desarme 3D" foram apreendidos material explosivo de vários tipos, de várias armas de fogo, algumas das quais produzidas através de tecnologia 3D, várias impressoras 3D, várias dezenas de munições, várias armas brancas, material informático, entre outros elementos de prova. O DN sabe que foi ainda confiscado material de propaganda nazi com suásticas.
A PJ assumiu “surpresa” com o volume e diversidade de material apreendido. Manuela Santos, diretora da Unidade Nacional de Contraterrorismo, que desenvolveu a operação, sublinhou que tinha sido “surpreendente a quantidade, qualidade e diversidade” do material apreendido”, assinalando, em particular, o facto de, pela primeira vez, terem sido também apreendidas armas 3D, “o que é inédito”.
Manuela Santos destacou ainda a “surpresa” de este grupo ter já “a capacidade” de executar um atentado com “alguma projeção”, entre “armamento, recrutamento e treino de pessoas para algo que ainda não sabemos o quê”.