A procuradoria sul-africana em Durban recebeu na noite de segunda para terça-feira um segundo mandado de detenção provisória de João Rendeiro, relacionado com as condenações em Portugal, anunciou esta terça-feira um dos membros da equipa em tribunal.."Durante a noite, recebemos um segundo mandado de detenção provisória", referiu D. Naicker, advogada que faz parte da equipa da National Prosecuting Authority (NPA) - equivalente ao ministério público na África do Sul - de acordo com um registo áudio da sessão de hoje no tribunal de Verulam, e que está relacionado com outra matéria em que ex-banqueiro foi condenado e sentenciado em Portugal..A advogada não especificou se o segundo mandado recebido em Durban teve por base documentação recebida de Portugal ou já estava na posse das autoridades sul-africanas.."No seguimento dessa 'correspondência', informei o advogado de defesa", disse, para dar conta da intenção de "aplicar o mandado", junto de um magistrado, ao abrigo da lei de extradição.."Ainda estamos a finalizar [a documentação]" acrescentou Naicker, referindo que deve estar pronta na manhã de quarta-feira, ao justificar o adiamento por mais um dia da audiência onde deve ser discutido o pedido de libertação de João Rendeiro sob fiança, feito pela defesa..O primeiro mandado de detenção executado no sábado - assinado a 26 de novembro por uma magistrada sul-africana - não fazia referência às condenações em Portugal..PJ acompanhou detenção em direto. Ex-banqueiro estava dormir e não resistiu.Aquele documento, enquadrado pela Convenção Europeia de Extradição, referia apenas que Rendeiro "é procurado para responder em tribunal", em Portugal, "pelas acusações de fraude fiscal, branqueamento de capitais e burla qualificada", de acordo com a cópia anexada à folha de acusação ('charge sheet' na designação legal sul-africana) disponibilizada hoje pelo tribunal a pedido dos jornalistas..O ex-banqueiro João Rendeiro foi preso a 11 de dezembro, num hotel em Durban, na província sul-africana do KwaZulu-Natal, numa operação que resultou da cooperação entre as polícias portuguesa, angolana e sul-africana..João Rendeiro estava fugido à justiça há três meses e as autoridades portuguesas reclamam agora a sua extradição para cumprir pena em Portugal..O ex-presidente do extinto Banco Privado Português (BPP) foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do banco, tendo o tribunal dado como provado que João Rendeiro retirou do banco 13,61 milhões de euros.