Jovens suspeitos de violação em Loures são influencers com "atividade muitíssimo relevante" nas redes sociais
A Polícia Judiciária deteve três jovens suspeitos de terem violado uma adolescente de 16 anos em Loures e de terem filmado essa violação divulgando-a posteriormente nas redes sociais.
A polícia avança em comunicado que os jovens, entre os 17 e os 19 anos, foram detidos na segunda-feira, em Loures, por suspeitas de terem praticado crimes de violação agravada e pornografia de menores.
O crime aconteceu, de acordo com a PJ, em fevereiro, em Loures, perto da residência da vítima. A adolescente combinou encontrar-se com um dos jovens, seu conhecido. Este compareceu "acompanhado de amigos, desconhecidos da vítima, que em contexto grupal constrangeram a vítima a práticas sexuais e filmaram os atos, contra a sua vontade, divulgando-os nas redes sociais".
"Estes jovens tinham, em termos daquilo que são as redes, as plataformas sociais, uma atividade muitíssimo relevante. Poderão ser considerados influencers e, portanto, têm um público já muito significativo", disse João Oliveira, responsável pela diretoria da PJ de Lisboa e Vale do Tejo.
Em declarações aos jornalistas na sede da PJ, em Lisboa, João Oliveira afirmou que foi precisamente "no âmbito do poder de influência" dos suspeitos "junto dos públicos mais jovens que veio a ocorrer esta situação com esta vítima, uma jovem de 16 anos".
"Uma parte, pelo menos, dos atos sexuais praticados foram filmados pelos suspeitos e foram objeto de divulgação nas redes sociais", detalhou João Oliveira, dando ainda conta que a vítima era uma "seguidora destes jovens influencers".
A investigação teve origem numa participação do Hospital Beatriz Ângelo à Polícia de Segurança Pública.
Os três jovens foram presentes a primeiro interrogatório judicial de arguido detido, tendo ficado sujeitos a apresentações periódicas semanais e proibição de contactos com a vítima.
A PJ não comentou a decisão judicial que ditou a libertação dos suspeitos, mas o responsável da diretoria de Lisboa e Vale do Tejo afirmou que,"seguramente os senhores magistrados, num primeiro momento o Ministério Público e num segundo momento o juiz de instrução, fizeram uma ponderação muito exautiva de todos os factos".
"Todos são muito jovens. Não estou a defender nem a criticar, porque não nos compete a nós fazer esse trabalho. Só estou a procurar evitar alarmismos. Não vamos crucificar ninguém na praça pública", referiu João Oliveira.