A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta quinta-feira ter desmantelado na região Oeste, a cerca de 50 km de Lisboa, um dos maiores laboratórios de droga da Europa. .A "vasta operação policial" de combate ao tráfico de droga em larga escala, denominada operação Pacoba, "resultou na detenção de sete homens, na apreensão de cerca de 1.500 kg de cocaína e no desmantelamento do maior laboratório industrial de extração, transformação e empacotamento de cocaína detetado em Portugal e um dos maiores a nível europeu", refere a PJ, em comunicado enviado às redações. .Os detidos têm idades compreendidas entre os 29 e os 56 anos. São quatro cidadãos portugueses, dois colombianos e um marroquino. Além de 1.478,5 Kg de cocaína, foram apreendidas três armas de fogo, elevadas quantidades de dinheiro, várias viaturas ligeiras e pesadas, indica a PJ..Em conferência de imprensa, esta força de investigação criminal revelou que desmantelou, a cerca de 50 quilómetros de Lisboa, o que considera ser o maior laboratório de cocaína da Europa, que tinha como principais destinos outros países europeus. .Artur Vaz, diretor da Unidade Nacional de Combate ao Trafico de Estupefacientes da PJ, revelou hoje em conferência de imprensa alguns pormenores da operação iniciada há cerca de ano e que terminou com o desmantelamento do que a PJ diz ser o maior laboratório industrial de extração, transformação e empacotamento de cocaína da Europa, localizado na zona Oeste..Foi também desmantelado "um grupo criminoso altamente organizado que se dedicava à introdução de grandes quantidades de cocaína no continente europeu", no âmbito da investigação, a decorrer em inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), acrescenta a PJ no comunicado. .Explica a PJ que esta investigação começou na "sequência de troca de informação no quadro da cooperação internacional", em colaboração e articulação com as autoridades policiais e judiciárias da Colômbia (Polícia Nacional), Espanha (Polícia Nacional) e Estados Unidos (DEA - Drug Enforcement Administration, HSI - Homeland Security Investigations e CBP - Customs and Border Protection).."Em maio deste ano, a Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ apreendeu um total de 986 Kg de cocaína, transportados num contentor marítimo proveniente da Colômbia e que entrou em território nacional através do Porto de Setúbal. No interior do contentor eram transportadas, como carga legal, cerca de 20 toneladas de bananas, encontrando-se a droga dissimulada no fundo das caixas de cartão onde a fruta vinha acondicionada", refere a nota. .Agora a PJ intercetou mais meia tonelada. "Face às quantidades envolvidas e tendo em conta a realidade nacional, tudo aponta para que (a droga) iria para outros mercados europeus" e não para consumo exclusivo nacional, explicou Artur Vaz..Entre os sete indivíduos detidos, "supostamente pertencentes a um grupo criminoso organizado", alguns "já estavam referenciados" pelas autoridades, acrescentou o diretor da PJ, que não quis adiantar o estatuto que cada um dos elementos desempenhava nesta rede de tráfico.No decorrer dos indícios recolhidos, foram emitidos 20 mandados de busca domiciliária e não domiciliária assim como quatro mandados de detenção, cumpridos na passada terça feira, informa a PJ na nota à imprensa. ."Num dos armazéns, alvo das buscas realizadas, encontrava-se em pleno funcionamento um laboratório industrial, no interior do qual foram apreendidos cerca de 460 Kg cocaína já processada e 32,5 Kg em processo de transformação", explicam as autoridades sobre uma operação que contou com a participação do Laboratório de Polícia Científica da PJ e com o apoio da Guarda Nacional Republicana..No interior do armazém, estavam a "laborar três homens, detidos em flagrante delito", tendo sido apreendidas "duas armas de fogo, uma prensa, diverso equipamento laboratorial, elevadas quantidades de produtos químicos e uma elevada quantidade de dinheiro em numerário"..A PJ refere que as investigações prosseguem, dando conta que os detidos irão ser presentes à autoridade judiciária competente para efeitos de primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação..Com Lusa