“Conseguia perceber-se a alegria que tinham em voltar. Vocalizaram bastante, comeram bastante bem e começam já a explorar os novos espaços”. É assim que Hugo Batista, diretor de biologia descreve o momento em que, no final de agosto, os pinguins do Oceanário de Lisboa entraram no novo habitat após quase um ano fechado para obras de remodelação.O espaço, agora mais amplo, natural e imersivo e com um novo nome - Oceano do Sul – já está aberto ao público e é o mais recente atrativo do Oceanário, uma vez que é a primeira grande reconstrução de um dos habitats originais desta atração desde a inauguração para a Expo'98. . As obras decorreram entre novembro de 2024 e agosto passado e envolveram 136 profissionais de 12 nacionalidades e cerca de 50 entidades. Entre eles estavam os arquitetos Ginette Castro e Michael Oleksak, antigos membros da equipa de Peter Chermayeff, autor do conceito original do Oceanário. Foram necessárias 200 toneladas de cimento, 5280 sacos de betão, 1530 metros quadrados de rede e utilizaram-se técnicas que imitam a natureza, nomeadamente recorrendo ao ar e à água para esculpir o cenário do habitat.“O maior desafio era a duração, o tempo que os animais iam estar num sítio que, apesar de tudo não é o sítio deles”, admite o aquarista Pedro Pais num vídeo divulgado pelo Oceanário acerca desta empreitada em que surge embevecido a olhar os pinguins a caminhar, naquele seu jeito tão característico, em direção à água.Durante estes nove meses, os animais estiveram numa estrutura provisória junto ao Oceanário, onde tinham a mesma qualidade de vida. Quando as obras finalizaram, regressaram ao edifício. Primeiro os mais velhos e depois os mais novos. Um momento a que assistiram os funcionários do Oceanário. E, garante o aquarista, notou-se que os pinguins tinham saudades de ver pessoas.. Agora também já pode ira matar saudades destes pinguins e ir conhecer este novo habitat, que recria as zonas costeiras subantárticas, integrando rochas, cascatas, gelo, estalactites e até um espaço para nadar com simulação de ondas de maré. A intervenção inclui também mais ninhos, áreas terrestres e aquáticas alargadas e novos estímulos que favorecem o comportamento natural da espécie, explica o Oceanário, garantindo que este habitat “é muito rico” para os 29 pinguins-de-magalhães e as 12 andorinhas-do-mar-inca que ali habitam e para quem os visita.. Lembrando que os pinguins do Oceanário sempre se reproduziram bem, sempre estiveram bem e nunca apresentaram problemas de bem-estar e saúde, Miguel Tiago de Oliveira, Diretor de Engenharia, Operações e Qualidade do Oceanário, admite que “pegar num habitat que do ponto de vista da resposta biológica era bom, destruir e fazer um novo é uma audácia, é quase um atravimento”. Uma ousadia que, diz este responsável permitiu “reforçar o conceito original da exposição, respeitando a sua essência e acrescentando novas soluções”.. “Queremos que cada visitante viva um encontro inesquecível com os pinguins e se sinta transportado para o Oceano do Sul. Este é o primeiro passo para educar e conservar - criar ligações, porque ninguém protege o que não conhece”, comenta Roque Cunha Ferreira, CEO do Oceanário de Lisboa em comunicado. .Óbidos vai ter um parque com 25 tipos diferentes de ondas.Verão na cidade? Aqui estão 5 piscinas para fugir do calor