Operação policial investiga um alegado cartel na contratação de meios aéreos para o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais.
Operação policial investiga um alegado cartel na contratação de meios aéreos para o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais.Foto: Reinaldo Rodrigues

Operação Torre de Controlo. Cunhado de ministro diz que não teve intervenção em contratos antes de 2023

Em nota enviada ao DN, Ricardo Machado afirma que não foi constituído arguido, nem alvo de buscas domiciliares.
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Ricardo Machado, cunhado do ministro António Leitão Amaro, esclareceu este sábado que não foi constituído arguido na operação Torre de Controlo nem alvo de buscas domiciliares. Em nota enviada ao DN, o empresário ainda destaca que adquiriu a maioria das ações na empresa Gestify em junho de 2023. "Na altura, a Gestify enfrentava sérias dificuldades financeiras e tinha acabado de ser selecionada para três contratos públicos de aquisição de serviços de disponibilização e locação de meios aéreos para o dispositivo aéreo do DECIR de 2023".

Ricardo Machado afirma que não teve intervenção nesta negociação. "Não tivemos qualquer intervenção na elaboração das propostas e negociação dos contratos anteriores à nossa entrada no capital da Gestify". Mais esclarece na nota que "as buscas na passada quinta-feira mereceram a total colaboração da Gestify e Gesticopter". Ainda de acordo com Machado, as empresas também foram constituídas arguidas.

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Em causa está a operação policial desencadeada na passada quinta-feira, que investiga um alegado cartel na contratação de meios aéreos para o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR). Além da Gesticopter, Gestifly, entre os alvos da investigação estão as empresas Helibravo, Heliportugal, Elitellina e HTA Helicópteros, bem como três oficiais aposentados da Força Aérea — dois generais e um tenente-coronel, sabe o DN.

Segundo a PJ, "em causa estão factos suscetíveis de integrar os crimes corrupção ativa e passiva, burla qualificada, abuso de poder, tráfico de influência, associação criminosa e de fraude fiscal qualificada, através de uma complexa relação, estabelecida pelo menos desde 2022, entre várias sociedades comerciais, sediadas em Portugal, e que têm vindo a controlar a participação nos concursos públicos no âmbito do combate aos incêndios rurais em Portugal, no valor de cerca de 100 milhões de euros".

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