Portugal passa as 8000 mortes e com novo máximo diário: 155

Novo máximo de internamentos e doentes em unidades de cuidados intensivos desde o início da pandemia. País contabiliza agora um total de 496 552 casos e 8080 mortes.
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As últimas 24 horas foram as mais mortíferas desde o início da pandemia (março de 2020). Portugal contabiliza esta terça-feira mais 155 mortes, mais 33 do que na segunda-feira, dia em que morreram 122 pessoas devido à covid-19. O País passou assim a barreira das oito mil mortes (8080), quando se prepara para um novo confinamento.

De acordo com os dados do boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta terça-feira (12 de janeiro) foram ainda reportados mais 7259 novos casos - mais 1655 do que na véspera. Portugal totaliza até agora 496 552 casos do novo coronavírus.

Os números das últimas 24 horas também revelam um novo máximo histórico no número de internados nos hospitais portugueses devido à covid-19: 4043. É um aumento de 60 doentes face a segunda-feira. Quanto aos internados em unidades de cuidados intensivos (UCI) são agora 599, depois de mais 32 pessoas terem necessitado de cuidados especiais na segunda-feira.

O número total de internados e pessoas em cuidados intensivos são os números mais altos desde que a pandemia começou e sobem há mais de dez dias seguidos.

Quanto à distribuição de casos e óbitos, a região de Lisboa e Vale do Tejo reportou 3201 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e 68 óbitos. São mais de mil casos do que os registados na zona norte (2180 novos casos e 36 mortes).

No centro do país houve mais 1129 casos e 36 mortes, enquanto o Alentejo registou 434 novos infetados e 12 óbitos e o Algarve 143 e um morto. Nos Açores surgiram mais 101 casos (sem óbitos) e na Madeira mais 71 infeções e duas mortes.

Os hospitais privados voltaram a aumentar o número de camas para doentes covid-19, anunciou a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), que assegurou que a cooperação com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é "fundamental".

Num comunicado enviado às redações, o organismo presidido por Óscar Gaspar garantiu ainda que vai continuar a trabalhar com o setor público, reconhecendo "a fase particularmente delicada do combate à pandemia", traduzida num crescimento exponencial das infeções desde o início de 2021.

"Neste momento há mais de 700 camas dos hospitais privados que estão afetas aos doentes do SNS e ainda no sábado foi possível responder afirmativamente com cerca de 100 camas adicionais face a solicitação do SNS para doentes não covid em Lisboa", pode ler-se na nota divulgada pela APHP.

O anúncio surge na sequência de declarações da ministra da Saúde feitas esta segunda-feira, nas quais admitiu a possibilidade de avançar com "outros mecanismos", como a requisição civil, para garantir apoio aos hospitais públicos. Marta Temido esclareceu que a capacidade disponibilizada pelo setor privado e social em convenções com o SNS é de apenas 100 camas, aproximadamente, e dispersas por várias instituições.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA, sigla em inglês) recebeu esta terça-feira um pedido de aprovação condicional da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford.

Em comunicado, a EMA diz que o processo de avaliação será feito de forma acelerada e que poderá ser emitido parecer sobre a autorização de introdução no mercado no dia 29 de janeiro, durante a reunião do comité científico para medicamentos humanos, "desde que os dados apresentados sobre a qualidade, segurança e eficácia da vacina sejam suficientemente robustos e completos".

Um prazo tão curto para a avaliação só é possível porque a EMA já reviu alguns dados sobre a vacina durante o processo de revisão contínuo. Durante esta fase, a EMA avaliou dados de estudos laboratoriais (dados não clínicos), dados sobre a qualidade da vacina (os ingredientes e a forma como é fabricada) e algumas evidências de segurança e eficácia de uma análise conjunta de dados clínicos provisórios de quatro ensaios clínicos em andamento no Reino Unido, Brasil e África do Sul.

Segundo o comunicado, informações científicas adicionais sobre questões relacionadas com a qualidade, segurança e eficácia da vacina foram também fornecidas pela empresa a pedido do comité científico e estão a ser avaliadas.

Durante a revisão, e durante toda a pandemia, a agência europeia e seus comités científicos são apoiados pelo grupo de trabalho COVID-19 EMA, que reúne especialistas de toda a rede reguladora de medicamentos europeia para facilitar uma ação regulatória rápida e coordenada sobre medicamentos e vacinas para a doença provocada pelo novo coronavírus.

O Centro Europeu para Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC) teme que a nova variante do SARS-CoV-2 que apareceu no Reino Unido, até 70% mais contagiosa, seja difícil de controlar, apelando à adoção de "medidas apertadas" na Europa.

Num relatório divulgado em dezembro passado aquando da descoberta desta nova estirpe, o ECDC pediu aos países da União Europeia (UE) "esforços atempados" para a controlar, nomeadamente durante as festividades de final de ano, por esta variante se poder vir a tornar dominante no espaço europeu.

Desde então, "esse nosso receio só se tornou maior", admite em entrevista à agência Lusa o especialista principal do ECDC para o novo coronavírus e gripe, Pasi Penttinen. E acrescenta: "Penso que será muito difícil conter esta nova variante do vírus".

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