A jornalista Constança Cunha e Sá morreu esta terça-feira, aos 67 anos.Nascida em 23 de agosto de 1958, em Lisboa, foi professora de filosofia durante três anos mas iniciou-se no jornalismo aos 29 anos, na primeira geração da revista Sábado, então dirigida por Joaquim Letria. Fez parte da redação do semanário Independente, jornal de que chegou a ser diretora, e foi redatora principal do Diário Económico.Durante muitos anos, integrou a redação da TVI, em que foi editora de Política, mas abandonou esta estação de televisão em 2020 quando a Cofina estava em vias de entrar na Media Capital. "Saí da TVI, que durante muitos anos foi a minha casa, por uma questão de dignidade, saúde mental e higiene. Nunca acabaria a minha vida profissional a trabalhar para a Cofina. Lamento", justificou então.Um ano depois, acabaria por voltar à TVI para fazer comentário político.Amante de livros e música clássica, fumadora, tinha a acutilência e a inteligência como algumas das características mais marcantes."Inteligente, culta, frontal, com tanta ironia quanto exigência. Nela encarnou o escrúpulo jornalístico. Amava a vida em e com todas as contradições. Humana, demasiado humana para o nosso tempo - o tempo da artificial inteligência. Adeus, Constança", reagiu Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros..Também Marcelo Rebelo de Sousa, msmo internado no hospital de São João, no Porto, emitiu uma nota de pesar pela morte da jornalista, "uma figura singular do jornalismo português". O comunicado da presidência realça que Constança Cunha e Sá fez um percurso profissional e humano que "deixa uma memória indelével em todos quantos com ela tiveram o privilégio de trabalhar e de privar"."Mulher de grande carácter, inteligência e rigor, destacou-se pela sua independência de pensamento e por um constante sentido de responsabilidade cívica", realça..Recentemente, Constança Cunha e Sá apoiou a candidatura de António Filipe para as eleições presidenciais do próximo ano. .Constança Cunha e Sá: A jornalista que "desarma" políticos e adora música clássica